São Paulo, segunda-feira, 9 de dezembro de 1996
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Há mais espaço nas áreas menos glamourosas

SILVIA RUIZ
DA REPORTAGEM LOCAL

Atendimento, mídia e planejamento fazem parte do lado sem charme das agências. Mas os profissionais desses departamentos, que não aparecerem tanto como os da criação, participam mais do que se imagina na produção de uma campanha.
Nizan Guanaes, um dos sócios da DM9, dá uma dica para quem procura um espaço no mercado: "Há um excesso de profissionais na área de criação. Em compensação, falta gente de planejamento e atendimento".
Atendimento, como o próprio nome diz, é o departamento responsável pelo atendimento aos clientes. Os publicitários que atuam nessa área fazem a ponte entre a agência e o cliente. Do primeiro contato ao último, quando a campanha pronta é apresentada.
"Nossa função é representar o cliente dentro da agência, passar a sua visão e, quando estamos com o cliente, representar a agência", diz Pedro Assumpção, diretor de atendimento da W/Brasil.
Para atuar na área de atendimento, o publicitário precisa saber se comunicar bem, ter conhecimentos de marketing e uma visão global do mundo dos negócios.
"Ele não pode só ir até o cliente e registrar o que ele quer. Tem de propor soluções", explica Cristiane Maradei, diretora de criação e sócia da agência Lowe Loducca.
Já o setor de planejamento traça uma estratégia para a campanha. Lança mão de análises de mercado, estuda os eventuais concorrentes do produto e elabora pesquisas junto ao consumidor, por exemplo. Tem a responsabilidade de decidir a melhor época para anunciar e distribuir o orçamento do cliente durante o ano.
"Essa é uma função que requer muita sensibilidade do profissional, principalmente para decodificar as pesquisas de opinião; é preciso saber ler nas entrelinhas", diz Rita de Cássia Almeida, 36, diretora de planejamento e pesquisa da Lowe Loducca.
Função da mídia
Enquanto o trabalho de criação vai sendo feito, os profissionais da mídia estudam os veículos de comunicação mais adequados para divulgar a campanha.
Munidos de gráficos de audiência de TV, relatórios sobre vendagem de jornais e revistas e tabelas de preços de anúncio, a mídia determina em quais revistas ou jornais os anúncios serão impressos. No caso de comerciais, o canal e a programação de TV ou rádio mais adequados.
Afinal, a eficácia da propaganda também depende da escolha certa do veículo. Não adianta divulgar um anúncio num veículo que não é visto pelo seu público-alvo, por exemplo.
Apesar dessa área lidar muito mais com números do que as demais, ela também exige do profissional boa dose de criatividade.
"O profissional deve ser capaz de propor um merchandising em uma novela, por exemplo, além de entender do mercado editorial e saber negociar preços com os órgãos de comunicação", diz Cristiane.

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