São Paulo, segunda-feira, 9 de dezembro de 1996 |
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Mostras no país têm casos semelhantes Telas de Renoir e Miró já foram danificadas CELSO FIORAVANTE
É o caso do Masp (Museu de Arte de São Paulo), que passou por um bom susto em 19 de junho de 1991, quando Magda Mayumi Shinohara danificou uma tela de Pierre-Auguste Renoir com uma tubo de guache. "Banhista Enxugando a Perna Direita", avaliada na época em US$ 20 milhões, não precisou ser restaurada. Passou apenas por uma limpeza com algodão e água destilada e foi reposta no museu no dia seguinte. Shinihara, uma desenhista desempregada de 28 anos, justificou seu ato dizendo ter recebido uma mensagem divina e que precisava de um pouco de publicidade para divulgar o fim do mundo, que segundo ela estaria próximo. A publicidade moveu também o paraense Jandr Reis, de 27 anos, um ex-funcionário das Lojas Americanas com pretensões artísticas. Ele estava indignado com o fato de, há nove meses no Rio, não ter conseguido qualquer repercussão para seu trabalho, o artístico. Resolveu então, em dezembro do ano passado, marcar a tela "Mulheres na Rua", uma das 179 da mostra Joan Miró no Centro Cultural Banco do Brasil. Comprou um tubo de tinta acrílica preta, pintou a própria mão e imprimiu-a então no trabalho de Miró. Como nenhum segurança deu conta do vandalismo, foi para casa e depois comunicou o ato à organização da mostra, que providenciou a restauração, aprovada pela Fundação Joan Miró. A tela já possuía duas marcas de mãos originais de Miró e, por isso, a mão alheia não foi percebida imediatamente. A 21ª edição da Bienal, em 1991, também foi vítima de vandalismo. A instalação "Mes Ouvrages", da artista francesa Annette Messager, composta de pequenas fotografias e escritos na parede, foi parcialmente levada para casa pelos visitantes. EUA e Canadá Dois dos mais recentes casos de vandalismo aconteceram nos EUA e Canadá, ambos praticados pelo mesmo estudante. Em maio, o canadense Jubal Brown vomitou uma gelatina vermelha em uma tela de Raoul Dufy, na Galeria de Arte de Ontário, em Toronto (Canadá). Em novembro, repetiu a performance, no MoMA, em Nova York, ao vomitar uma gelatina azul na tela "Composição em Vermelho, Branco e Azul", de Piet Mondrian. Detido, prometeu ainda vomitar em amarelo em um alvo desconhecido -assim fecharia sua trilogia das cores primárias. (CF) Texto Anterior: 23ª Bienal não escapa de vandalismo Próximo Texto: Exposição retrata história da República Índice |
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