São Paulo, segunda-feira, 9 de dezembro de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Timor Leste teve apenas nove dias de independência

RUI NOGUEIRA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A indicação para o Prêmio Nobel da Paz foi, depois das resoluções da ONU (Organização das Nações Unidas) mandando o regime militar indonésio se retirar do território invadido, a mais importante contribuição internacional à causa da independência de Timor Leste.
O território timorense (14.925 km2) são dois pedaços de uma ilha, entre a Indonésia e a Austrália, cercado pelas águas dos oceanos Índico e Pacífico, que os portugueses colonizaram no século 16, na mesma época em que Pedro Álvares Cabral chegava ao Brasil.
O outro pedaço da ilha pertencia aos holandeses que, no século 19, entenderam-se com os colonizadores portugueses e definiram as fronteiras da partilha.
Em 1974, com a Revolução dos Cravos, os portugueses saíram de todos os territórios que colonizavam. Em dezembro de 75, o Exército indonésio invadiu a ilha e transformou Timor Leste na sua 27ª Província.
Independência
Antes da invasão, os timorenses enfrentaram uma guerra civil que durou pouco mais de três semanas (20 de agosto a 16 de setembro de 75) e deixou, segundo a Cruz Vermelha, 500 mortos e 3.000 feridos.
No dia 28 de novembro, a Fretilin declarou a independência que durou apenas nove dias -em 7 de dezembro, 20 mil soldados indonésios ocuparam Timor Leste.
A decisão do regime militar foi tomada depois de um encontro com o governo norte-americano.
"Foi a comunhão de vontades americana e indonésia, no temor internacional de que aquele chão também se tornasse socialista", diz o ex-presidente José Sarney (1985-1990) que, em 85, falou na ONU sobre o problema.
(RN)

Texto Anterior: Prêmio deve ajudar causa de Timor
Próximo Texto: Nobel crê em 'conversão' de Suharto
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.