São Paulo, terça-feira, 10 de dezembro de 1996
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Rhodia-Ster pode vender sua unidade

Clientes sustam compra

FÁTIMA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL

A Rhodia-Ster está sendo pressionada a vender sua linha de produção de embalagens PET (polietileno tereftalato), usadas principalmente pelas indústrias de refrigerantes, alimentos, higiene e limpeza e cosméticos.
Como maior fabricante da resina PET na América do Sul, a Rhodia-Ster, segundo fabricantes de embalagens PET, está numa posição de conflito com os clientes, pois também é concorrente ao fabricar os frascos. É a única empresa do setor no país que tem produção integrada -faz desde a matéria-prima até o produto final.
Em represália ao fato de vender embalagens cerca de 20% mais baratas do que as da concorrência, alguns fabricantes chegaram até a suspender a compra de resinas PET da Rhodia-Ster.
A Injepet Embalagens, por exemplo, decidiu importar a matéria-prima dos EUA. "A posição da Rhodia-Ster é conflitante", afirma Gilson Schilis, presidente.
Álvaro Werner Von Dreifus, responsável pela divisão de embalagens da Rhodia-Ster, diz que críticas à empresa foram feitas no passado. "Essa pressão não existe, pois seria uma ingerência. Nossos preços são os de mercado."
A Folha apurou junto a fabricantes de embalagens PET que a Rhodia-Ster já manifestou disposição de vender sua linha de embalagens. Um dos interessados estaria chegando agora ao Brasil.
Sérgio Marchionne, um dos mais importantes executivos do grupo suíço Alusuisse Lonza e da sua controlada Lawson Mardon Packaging, fabricante de embalagens, acaba de desembarcar no país para visitar sua nova filial: a Lawson Mardon Whiton.
A Whiton -como se chamava antes da compra-, fabricante de embalagens plásticas, sobretudo para a indústria farmacêutica e de cuidados pessoais, foi adquirida mundialmente em maio pelo grupo Alusuisse.
Embora pouco experiente em embalagens PET, o grupo suíço quer expandir esse negócio no país e no exterior, para também começar a atender os fabricantes de alimentos. A compra da linha de embalagens da Rhodia-Ster seria um caminho para a expansão.
A Folha apurou junto aos especialistas do mercado de embalagens que a oferta inicial da Rhodia-Ster para a venda da sua linha de embalagens era de US$ 120 milhões. A contra-oferta está entre US$ 60 milhões e US$ 70 milhões.
A Alcoa, fabricante de alumínio e de embalagens PET, também chegou a analisar a possibilidade de comprar a divisão de embalagens da Rhodia-Ster. Mas o fato de o preço da resina ter subido e depois despencado abalou a empresa -e também os concorrentes- e freou seu interesse pela compra.
A Folha apurou que Sérgio Haberfeld, presidente da Toga, fabricante de embalagens flexíveis, entre outras, também rodeou a Rhodia. Especialistas dizem que o que não falta é comprador para as embalagens da Rhodia-Ster.

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