São Paulo, quarta-feira, 11 de dezembro de 1996
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'É preciso ser intolerante com a corrupção', diz FHC

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou ontem que é preciso ser intolerante com a corrupção. Pelo segundo dia consecutivo, FHC se referiu indiretamente e de forma negativa ao episódio da cobrança de propina na Comissão de Orçamento do Congresso.
"A única coisa que o Brasil não tolera mais é a miséria e a corrupção. Aí, temos que ser intolerantes", afirmou.
Com um discurso recheado de recados, ele criticou as "marolas" que atingem seu governo. FHC fez questão de frisar que esses contratempos são passageiros, "se arrumam, vão embora".
Em sua avaliação, o "país está calmo" porque há estabilidade econômica e política. "As marolas que fazem são marolas que desaparecem com a mesma velocidade com que a irresponsabilidade de quem as criou as difundiu."
Anteontem, FHC criticou a intermediação de recursos do Orçamento por parte da iniciativa privada. Ele disse que a intermediação pretendida é a com "os empresários que entram aqui e não tiram proveito nenhum para eles".
O alvo do comentário foi o escândalo no Orçamento. O líder do PTB na Câmara, Pedrinho Abrão (GO), foi acusado por um diretor da Andrade Gutierrez de pedir propina em troca da liberação de recursos para uma obra.
FHC participou ontem da cerimônia de anúncio da construção de uma fábrica da montadora Audi no Paraná. Serão investidos R$ 750 milhões.
Em tom irônico, ele iniciou a audiência pedindo "desculpas" por estar toda semana anunciando mais investimentos nos Estados.
Fernando Henrique disse ter "medo" de que a velocidade que vem "imprimindo às coisas" possa parecer propaganda.
Mais uma vez, o presidente provocou os críticos de seu governo. "Não faltará gente maldosa para dizer que lançamos e depois as coisas não acontecem. Nunca faltam os maldosos da vida. Mas não são eles que constroem o governo", afirmou o presidente.

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