São Paulo, quarta-feira, 11 de dezembro de 1996
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Processo enfrenta resistências na Câmara

LUCIO VAZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente da Câmara, Luís Eduardo Magalhães (PFL-BA), quer uma decisão rápida para o caso Pedrinho Abrão, mas já enfrenta resistências na Mesa Diretora.
A Mesa decidirá se o processo vai para julgamento na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) ou será arquivado.
O processo de cassação do mandato de um deputado tem que ser aprovado pela comissão de sindicância, Mesa da Câmara, CCJ e plenário da Câmara.
Luís Eduardo deseja enviar para a CCJ o relatório da comissão de sindicância, que já sinalizou que vai pedir a cassação de Abrão.
Mas a Mesa da Câmara, com sete membros, começa a sinalizar com a desaceleração do processo. Luís Eduardo soube das dificuldades na Mesa e já começou a trabalhar para evitar o arquivamento do caso.
Ele acha que conta com quatro dos sete votos da Mesa. Estariam indecisos ou contra a cassação de Abrão o primeiro-secretário, Wilson Campos (PSDB-PE), o segundo-secretário, Leopoldo Bessone (PTB-MG), e o terceiro-secretário, Benedito Domingos (PPB-DF).
Campos, candidato à presidência da Câmara, disse ontem que o problema maior é a falta de provas contra o líder do PTB: "Qual a prova? Prova material não tem. De jeito nenhum. Não vamos julgar atabalhoadamente".
Bessone segue a mesma linha de Campos: "Não vi prova nenhuma. O que existe não é suficiente. Como vou prejulgar o deputado? Vou esperar o resultado da comissão".
Domingos prefere esperar pelo resultado da comissão de sindicância. "Não tenho uma posição. Não conheço o processo. Vou esperar pela comissão."
Krause
Além dos problemas na Mesa da Câmara, Luís Eduardo está irritado com o ministro Gustavo Krause (Recursos Hídricos) e magoado com o presidente Fernando Henrique Cardoso por não ter sido avisado da denúncia antes de sua divulgação pela imprensa.
Na sua avaliação, ficou para a opinião pública a idéia de que o Executivo está denunciando e investigando o Legislativo. Isso teria sido evitado com um telefonema.
O presidente da Câmara afirmou aos líderes do partido que, se fosse informado com antecedência, destituiria Abrão da Comissão Mista de Orçamento e criaria imediatamente a comissão de sindicância.

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