São Paulo, quarta-feira, 11 de dezembro de 1996
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Saiba como funcionam os protetores dos micros

ESPECIAL PARA A FOLHA

Os sistemas no-breaks (também conhecidos como UPS - Uninterruptable Power Supply) estão se tornando itens comuns em microcomputadores, protegendo-os contra variações súbitas de tensão.
No Brasil, a tensão mais comum para pequenos equipamentos é 127 V. Distúrbios na rede elétrica se caracterizam por desvios desse valor.
Apesar de muitos equipamentos ligados à rede elétrica serem insensíveis a esses distúrbios, os computadores podem ter problemas que vão da parada do processamento até a queima de circuitos.
Os distúrbios que mais afetam os computadores são causados por subtensões e sobretensões.
A subtensão é uma diminuição da tensão da rede elétrica por pequenos períodos de tempo.
É uma das variações mais comuns da rede elétrica. Sua causa pode ser a ativação de um equipamento de alto consumo, como por exemplo, o compressor de um equipamento de ar condicionado.
A sobretensão é um aumento de mais de 10% na tensão da rede elétrica por um tempo superior a meio ciclo (8,3 ms). Pode ser causada pelo desligamento de equipamentos que consomem muita energia.
Tipos de no-break
Os no-breaks são projetados para contornar, na medida do possível, o problema das subtensões, que no caso mais grave se caracterizam pela falta de energia. No caso de subtensões, a energia necessária para suprir o computador é fornecida por baterias elétricas.
Existem basicamente três tipos de no-break, que diferem pelo modo de operação.
O primeiro é o sistema stand-by: quando falta energia ou o valor de tensão disponível não é adequado para a operação do micro, o no-break desliga o micro da rede elétrica e passa a utilizar as baterias, evitando desligamento ou avaria do micro.
São necessários filtros para que interferências (ruídos) na rede elétrica não afetem a operação normal do computador. Esses ruídos podem ser gerados por raios, transmissores de rádio e motores elétricos.
O modelo stand-by é o sistema de custo mais baixo. Ele fornece apenas um mínimo de proteção.
O segundo tipo de no-break, o sistema on line, é ideal para equipamentos particularmente sensíveis a variações de energia.
A energia da rede é retificada e usada para carregar as baterias e alimentar o computador. Caso haja falha na rede, a bateria imediatamente passa a fornecer energia ao computador. É normalmente o no-break mais caro.
O modelo intermediário é o line-interactive, que utiliza as baterias para compensar pequenas variações na tensão elétrica.
O valor da tensão de saída torna-se assim melhor que a do modelo stand-by (que só usa a bateria quando a tensão difere em muito da tensão de 127 V), mas nele o tempo de vida útil da bateria pode ser menor que nos modelos stand-by e on line.

Armando de Oliveira Fortuna (fortuna@lcad.icmsc.sc.usp.br) é PhD em computação pela Universidade de Manchester e mestre pela Unicamp. É docente do ICMSC-USP.

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