São Paulo, quinta-feira, 12 de dezembro de 1996
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Esponja de ouro

CARLOS SARLI

O bodyboard está para o surfe assim como a caminhada está para a maratona. Do ponto de vista de exigência para o iniciante, qualquer um com um pré-requisito mínimo, que é saber nadar, pode sair surfando. É comum o veranista contar entre seus pertences de praia com uma prancha de bodyboard.
Sob o aspecto técnico, por outro lado, lembro uma questão levantada há alguns anos por Derek Hynd, ex-surfista profissional, editor, consultor e técnico de surfe. "Será o melhor surfista de Pipeline um bodyboarder?"
A razão da polêmica era o desempenho do americano Mike Stewart nas tubulares ondas da praia havaiana. Nove vezes campeão do Mundial lá disputado, ele assombrou até os mais clássicos surfistas locais.
Uma coisa é certa: o Brasil é atualmente o melhor no esporte. Já há algum tempo, o feminino vem dominando o cenário internacional.
Glenda Koslowski, Stephanie Petersen, Mariana Nogueira e, no ano passado, Cláudia Ferrari são brasileiras que chegaram ao título mundial.
No último fim-de-semana, o carioca radicado na Califórnia Guilherme Tâmega, 23, chegou ao seu terceiro título consecutivo. Venceu a nona etapa, em Woonoona, na Austrália, a penúltima do ano, e disputará a etapa final do circuito, em janeiro, em Pipeline, como campeão da temporada.
Tâmega é o responsável por quebrar a série de vitórias de Mike Stewart. Em 94, venceu o seu primeiro Mundial, quando o título ainda era disputado em um único evento.
Nos dois últimos anos, o bodyboard passou a contar com um Circuito Mundial. Tâmega venceu ambos, somando entre seus resultados apenas primeiros e segundos lugares.
O esporte da esponjinha, como é pejorativamente chamado pelos desafetos, está entre os que mais deram títulos mundiais ao Brasil.

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