São Paulo, quinta-feira, 12 de dezembro de 1996
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Andrade faz retrato dos anos 30 (1)

CARLOS CORTEZ MINCHILLO
ESPECIAL PARA A FOLHA

Em "Contos Novos", as narrativas em terceira pessoa flagram personagens em situações de convívio social, quando afloram conflitos que acabam por denunciar o distanciamento entre os homens e o sofrimento que disso decorre.
Em "Primeiro de Maio", o personagem está reduzido a um número: 35, carregador de malas que, influenciado pela leitura de jornais a respeito das manifestações do proletariado no Dia do Trabalho, busca inutilmente uma comemoração que só ocorre sob o controle de forças policiais e esvaziada de valor político.
"O Ladrão" retrata outra busca frustrada: a perseguição a um suposto ladrão põe em ação toda uma vizinhança, cujas desavenças são suspensas momentaneamente em nome de uma ameaça; no entanto, ao final, volta o isolamento de sempre.
Os litígios entre classes sociais diferentes aparece em "O Poço". Perdida no fundo do poço, a caneta de ouro do patrão deve ser encontrada, a despeito dos riscos e condições subumanas a que são forçados os trabalhadores.
"Nelson" é uma colagem de histórias desencontradas sobre um personagem misterioso. Ainda que desperte enorme curiosidade, ele é completamente solitário e isolado dos demais clientes do bar.
Por fim, "Atrás da catedral de Ruão" acompanha a crise de uma solteirona que, instigada por suas alunas de francês, desperta seus insatisfeitos desejos sexuais, reprimidos há muito tempo.

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