São Paulo, quinta-feira, 12 de dezembro de 1996 |
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Livro "Así de Simple - 1" traz 12 aulas de cinema
AMIR LABAKI
Aproveitando a efeméride, aparece a primeira antologia de transcrições de encontros e palestras com personalidades do cinema internacional que passaram por lá. "Así de Simple - 1" (É muito simples - 1) reúne em quase 200 páginas 12 textos preciosos. Metade traz a voz de estrelas do cinema internacional; a outra metade, de protagonistas do chamado novo cinema latino-americano. Esse primeiro volume traz aulas do período 1987-89, a era de euforia na escola recém-criada, antes da grave crise dos anos 90. O grande incentivador da EICTV, Gabriel García Márquez, e o primeiro diretor, Fernando Birri, marcam presença como mediadores nas primeiras discussões. O texto de abertura, "Confrontos e Pontos de Contato Entre o Sundance Institute e a EICTV", é um precioso registro da passagem de Robert Redford por Cuba. Redford faz um depoimento de rara sinceridade sobre o desenvolvimento de sua carreira, do jovem apaixonado por pintura que vai estudar em Paris ao ator resistente à Hollywood que desde cedo soube explorar o sistema em favor de seus objetivos. Ninguém menos que George Lucas, o profeta do cinema de efeitos especiais que dominou Hollywood desde o seu "Guerra nas Estrelas" (1977), depõe no segundo texto. Confirmando-se antes um produtor de gênio do que um diretor no sentido estrito, Lucas dá uma aula sobre a importância técnica de cada departamento envolvido na realização de um filme. Orlando Senna escreve a seguir sobre a formação de roteiristas. O escritor William Kennedy ("Ironweed") o sucede com um depoimento prático sobre o ofício. A história das cinematecas ganha bom resumo na palestra do ex-diretor do arquivo cubano, Héctor García Mesa (1931-90). Já István Szabó resume sua vida em "As Enormes Vantagens e as Lamentáveis Perspectivas que Traz Consigo a Imagem em Movimento". Os atores Harry Belafonte e Francisco Rabal depõem, respectivamente, sobre a discriminação ao negros em Hollywood e sobre os diversos métodos de direção de intérpretes em cinema. Fernando Solanas resume o processo de realização de "La Hora de los Hornos"; Octavio Gettino dá números à crise do cinema latino-americano; e Alejandro Doria fala da relação entre cinema e TV. Especialmente didático é o texto de encerramento, que resume o desenvolvimento do cinema cubano pós-revolucionário nas palavras de um de seus protagonistas, Julio García Espinosa. O crítico Amir Labaki está em Havana a convite da organização do festival. Texto Anterior: O que dizer em festas de final de ano Próximo Texto: Joris Ivens é homenageado Índice |
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