São Paulo, sábado, 14 de dezembro de 1996
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Câmara decide ignorar liminar

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A Câmara dos Deputados decidiu ignorar a determinação judicial que impedia o fim dos trabalhos da comissão de sindicância sobre irregularidades no Orçamento até que fossem ouvidas duas testemunhas citadas pelo deputado Pedrinho Abrão (GO).
"Quando fui notificado da decisão da Justiça, ontem (quinta), o relatório já havia sido aprovado pela Mesa. Era tarde demais", disse o presidente da comissão, Ronaldo Perim (PMDB-MG).
A defesa de Abrão alega que a comissão só encerraria os trabalhos hoje, após a publicação do relatório. "Isso não existe", disse Perim.
O relatório, que sugere a cassação de Abrão, foi protocolado ontem pela manhã na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça). Segundo Perim, Abrão terá oportunidade para se defender na CCJ.
"Ele poderá chamar todas as testemunhas que julgar necessárias".
As testemunhas são os deputados Danilo de Castro (PSDB-MG) e Márcio Reinaldo (PPB-MG), que dizem ter ouvido de Alfredo Moreira, diretor da empreiteira Andrade Gutierrez em Brasília, a informação de que não eram verdadeiras as denúncias contra Abrão.
Em seu depoimento, porém, Moreira confirmou a denúncia. Disse que Abrão havia pedido comissão de 4% para evitar o corte nas verbas destinadas à barragem do Castanhão, no Ceará, obra da Andrade Gutierrez. A liminar que impedia o fim da comissão foi concedida pela juíza Solange Carvalho, da 1ª Vara Federal de Brasília.

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