São Paulo, sábado, 14 de dezembro de 1996
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Vantagem lusa pesa, mas o Grêmio tem ataque

MATINAS SUZUKI JR.
EDITOR-EXECUTIVO

Meus amigos, meus inimigos, os números da memória do Brasileiro estão com a Lusinha até debaixo da água.
Desde 71, poucos times obtiveram a prerrogativa de entrar no último jogo podendo perder por até um gol de diferença.
Em 1992, o Flamengo quase entrou em campo para o segundo jogo já vestindo a faixa de campeão, tal era a vantagem contabilizada contra o até então favorito Botafogo na primeira partida (3X0).
Júnior, o (de) novo treinador do Mengo, à época, tinha 38 anos e, jogando no meio-campo rubro-negro, marcou um dos gols no empate em 2X2 do jogo derradeiro.
Em 94, o Palmeiras ganhou do Corinthians por 3X1 no primeiro jogo, e só deu palmeirense no Pacaembu, na segunda partida -que também terminou empatada (1X1).
Em 79, o Internacional ganhou do Vasco por 2X0, no Maracanã, e jogou folgado no Beira-Rio (venceu por 2X1, Falcão anotou um deles).
Os alviverdes Palmeiras, em 93 (0X1 contra o Vitória), e Guarani, em 78 (0X1 contra o Palmeiras), também conseguiram a mesma vantagem que a Portuguesa terá amanhã -além de terem jogado a última partida em casa.
Todos os integrantes deste seleto grupo que conseguiu uma boa vantagem no primeiro jogo se tornaram campeões brasileiros. Resta saber se a Portuguesa vai seguir a escrita e ingressar no clube.
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Escrevi, aqui, sobre a minha admiração pelo futebol total do Caio. Para ser justo, devo estender essa mesma observação para o Paulo Nunes -que, a rigor, é até mais agressivo do que o jogador da Portuguesa.
Os dois são jogadores modernos no sentido pleno: atuam com regularidade no tempo e no espaço, deslocam-se constantemente, ajudam na marcação, aparecem na área e mostram uma garra que estimula qualquer companheiro.
Os dois merecem estar em uma final de Brasileiro.
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Na quarta, após o jogo, encontro no Gero o Galvão Bueno, o Arnaldo César Coelho e o elegantíssimo Falcão.
Trocamos impressões sobre o primeiro jogo. Lembrei que, até hoje, só o Flamengo, no Brasileiro, em duas ocasiões nos anos 80, conseguiu perder a primeira partida e reverter o quadro na segunda, sagrando-se campeão.
O Galvão, então, lembra que o goleiro Raul, outro elegante do futebol (qualquer dia vou começar a pedir uma seleção dos jogadores mais elegantes de todos os tempos; não deixará de ser interessante), em 83, entrou no vestiário do Morumbi e encontrou o time do Flamengo comemorando a derrota em 2X1 para o Santos.
Raul achou que eles estavam loucos. Mas eles estavam certos. A diferença de um gol era muito pequena para o Mengo, no Maracanã, jogando com Júnior, Adílio e Zico.
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Rodada de pegar fogo nas eliminatórias para a França-98, neste fim-de-semana. Na América do Sul e na Europa.
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Então, tá. A CBF diz que a fórmula do Campeonato Brasileiro deste ano foi tão boa que será repetida no próximo.
Fiuuuuuuuuu....

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