São Paulo, sábado, 14 de dezembro de 1996
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Tigrada

JOSÉ HENRIQUE MARIANTE

A última fronteira de Bernie Ecclestone e sua turma, obviamente, é a Ásia. E o primeiro tigre da região, a Malásia, já foi foi para o zoológico da Foca.
Depois de desembolsar US$ 8,5 milhões para decorar o carro de Jackie Stewart com alguns "visite a Malásia", o governo local anunciou, ontem, a construção de um autódromo, próximo à capital Kuala Lumpur.
Contrataram uma empresa alemã para projetar, construir e administrar uma pista de 5,6 quilômetros. As obras devem começar nos próximos meses, e o desejo dos malaios é abrigar uma etapa da F-1 já em 98.
A brincadeira vai custar quase US$ 100 milhões. E isso em um país que já possui circuito, Sha Alam, no calendário do Mundial de Motociclismo.
Outro país acostumado com as motos e que também vislumbra morder a F-1 é a Indonésia, algoz do Timor Leste -tipo de problema que nunca inibiu a Foca, basta lembrar Kyalami.
Sem falar na cobiçada China, que só não entrou para o calendário de 97 porque as tais regiões autônomas, apesar de floreadas pela mídia ocidental, são bem bagunçadas.
E na Coréia, cheia de montadoras ávidas em batizar algum motor europeu.
Todos esses países estão com as burras cheias, e é isso que interessa. A confirmação de 17 provas em 97 mostra que a intenção de inchar o calendário emplacou. Não se espante se, em 98, o número chegar a 18.
Correndo por fora, a Rússia, falida, depende do surto psicótico dos governantes ou a da benevolência oportunista de algum mafioso local.
Sobre o já presente Japão, dois fatos fortalecem ainda mais sua presença na F-1: a Bridgestone, babando, e a Honda, por detalhas para voltar.
Depois disso, para completar o globo, só faltará os retornos da África e dos Estados Unidos, esse já em estudo.
*
Parabéns, Emerson.

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