São Paulo, sábado, 14 de dezembro de 1996![]() |
![]() |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Corinthians arma investimento de risco
JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
O Grupo de Apoio à Presidência, formado pelos economistas Eduardo Rocha Azevedo, Emir Capez, Ibrahim Eris e Luís Paulo Rosenberg, planeja criar um fundo de investimento para atrair recursos da iniciativa privada. "A idéia é vender cotas para poder comprar jogadores. Se o atleta e o Corinthians se saírem bem, as ações do fundo serão valorizadas. Ganham o investidor e o clube", explicou Rosenberg. As cotas devem ser negociadas por R$ 100 mil. Para conseguir os R$ 20 milhões pretendidos, o Corinthians teria de vender 200. O fundo será dono do passe do jogador, mas, em caso de venda, o clube teria direito a uma porcentagem ainda não definida. "Há vários empresários interessados", comentou Capez. "A Parmalat mostrou no Palmeiras que o futebol pode ser lucrativo." "É algo diferente do que se faz hoje em dia no futebol brasileiro", disse Eris. "É o embrião para criarmos, no futuro, o Corinthians Sociedade Anônima." Os cotistas do fundo poderão opinar nas contratações, mas a decisão final será do técnico. "Não haverá ingerência nas decisões do treinador. Somos especialistas em mercado, não em táticas de futebol", disse Azevedo. O patrocinador Em janeiro, a diretoria deve anunciar o nome do novo patrocinador do clube. O contrato com a Suvinil, que paga R$ 212 mil por mês ao Corinthians, termina em 25 de janeiro. Quem patrocinar o time em 97, porém, terá de pagar uma parte fixa e uma parte variável. "Temos de inovar também nos contratos de patrocínio. Uma empresa que alia sua imagem ao Corinthians tende a faturar muito mais. É justo que uma porcentagem do aumento de vendas vá ao clube", disse Rosenberg. A diretoria iniciou contatos com a Pepsi e a Nike, mas a negociação não terminou. "Faltam muitos pontos para acertar", disse Dualib. Segundo o presidente corintiano, o clube fez uma pesquisa que indica que ele tem 18,4 milhões de torcedores no Estado de São Paulo. "É um mercado que não está sendo devidamente explorado." A internacionalização O grupo está analisando a situação financeira do Corinthians, mas só deve dar um parecer em fevereiro. "No início do ano, queremos divulgar a exata situação das contas corintianas. Só com transparência o público vai confiar e investir no futebol", disse Eris. "À primeira vista, o que posso dizer é que as contas parecem equilibradas", declarou. "O Corinthians não é o Banespa, mas poderia estar em situação melhor. Daqui a dois anos, esperamos que o quadro seja outro." Os economistas acham que, para o clube crescer, a saída é a internacionalização. "Devemos retomar o projeto Tóquio. Num mercado globalizado, temos de ser conhecidos no exterior." Em 96, o projeto Tóquio, cuja intenção era levar o time à decisão do Mundial interclubes, fracassou com a eliminação na Libertadores. Texto Anterior: Rosset na Lola; Vermelho na Ferrari; Barros na Honda; Gil na Internet Próximo Texto: Santos faz festa para Luxemburgo Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |