São Paulo, sábado, 14 de dezembro de 1996
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O Dia D

JUCA KFOURI

Amanhã é o "Dia D". Pode até ser o "Dia G", embora esteja mais para ser o "Dia PD".
Mas o que esperar da grande decisão?
Um Grêmio partindo para cima e uma Portuguesa de Desportos acuada?
Nada indica.
Primeiro porque, em situação menos confortável, no Mineirão, foi a Portuguesa quem partiu para cima do Atlético -e deu tão certo que não há por que mudar.
Em segundo lugar, diferentemente do Goiás no Serra Dourada contra o mesmo Grêmio, a Portuguesa soube respeitar o time gaúcho, permitiu até uma certa superioridade tricolor e, contando com aquele pouco de sorte sem a qual ninguém é campeão, num contra-ataque tomou a falta que valeu a justa expulsão de Marco Antônio e o belo gol de Gallo.
Como o Grêmio é valente e bem armado, e apesar da duríssima ausência do belo zagueiro e capitão Adílson, a Portuguesa há de saber que enfrentará uma equipe ainda mais determinada que a enfrentada no segundo tempo no Morumbi, quando, novamente, foram os gaúchos que começaram dando as cartas até sofrer, em outro contra-ataque, o gol de Rodrigo.
Um gol que, se não tira a vantagem gremista de jogar pelo resultado igual e em casa, dá à Portuguesa a tranquilidade de poder perder até por um gol de diferença, algo nada desprezível para quem vem revelando tanta maturidade nestas finais do Brasileirão.
Claro que o Olímpico lotado por mais de 50 mil gremistas há de pesar. Afinal, como um dia escreveu Nelson Rodrigues, só os idiotas da objetividade dizem que torcida não ganha jogo. É claro que ajuda a ganhar.
Mas para quem calou o Mineirão com mais de 70 mil cruzeirenses e, depois, com mais de 80 mil atleticanos, pode calar também o Olímpico.
Porque uma das qualidades que o grupo de Candinho tem mostrado é exatamente a de fazer da força da torcida adversária a sua motivação para entrar na história.
Nada está perdido para o Grêmio nem ganho pela Lusa. Mas a taça parece mais perto do Canindé.
*
"Entre o bom e o melhor, o Santos ficou com o ótimo." De Pelé, sobre Wanderley Luxemburgo.
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Enquanto o Corinthians continua na pré-história, o Palmeiras começou, agora, sua viagem de volta ao passado.

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