São Paulo, sábado, 14 de dezembro de 1996
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Exposição do escultor destaca Eusébio, o 'Pelé de Portugal'

MÁRIO MAGALHÃES
DA SUCURSAL DO RIO

A homenagem do COB (Comitê Olímpico Brasileiro) aos melhores atletas de 96, segunda-feira, no Teatro Municipal do Rio, marca o ápice da criação "esportiva" do marmorista português Eduardo de Castro.
Os 63 atletas que obtiveram medalhas na Olimpíada de Atlanta vão ganhar da entidade troféus que reproduzem em bronze a escultura "Onda", executada em mármore pelo artista.
Essa obra integra uma série de 20 peças produzidas por Castro, todas com referência a algum esporte.
Dez compõem a mostra "Deuses e Deusas da Bola", em exposição na Bolsa de Valores do Rio de Janeiro (praça 15, Centro) até o dia 20 de dezembro, das 9h às 19h.
Entusiasta de futebol (torce pelo Sporting de Lisboa e pela Portuguesa) e casado com uma jogadora de vôlei (Denise, do Leite Moça), Castro tem uma história errante em que a arte surgiu como vocação tardia.
Até então, e desde os 14 anos, Eduardo de Castro era jornalista. Radicado em Portugal, viajou para cobrir guerras civis como as do Líbano, de Angola e de Moçambique.
Após perder 15 kg cobrindo a guerra na Bósnia, em 94, ele chegou a 55 kg, entrou em estresse, deprimiu-se e aceitou a sugestão de uma arquiteta brasileira amiga para se mudar para o Brasil.
Foi em São Paulo, quando cobria, em 1985, a agonia do presidente Tancredo Neves, que ele descobriu a vocação.
A idéia da coleção sobre esportes com bola nasceu quando Castro cobriu os Jogos Olímpicos de Barcelona, em 92.
"Fiz fotos amadoras de esportes como ginástica rítmica, com bola, e hóquei feminino", conta.
"Ao vir para o Brasil, conheci as pedras preciosas de Teófilo Otoni (MG). Depois, li o livro de Ruy Castro sobre Garrincha. Quando comecei a namorar Denise, vi que era bola demais na minha vida."
No ano que vem, a única exposição de Castro inspirada no esporte será exibida em Paris. Em 1998, ele participará da Bienal Européia de Escultura, em Viena (Áustria).

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