São Paulo, domingo, 15 de dezembro de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Empresária fica 36 dias sem telefone e fax

SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO

Durante 36 dias, a empresária Glauce Maria Crook esteve impedida de usar telefone e fax, seus principais instrumentos de trabalho.
Diretora da Giga Viagem e Turismo Ltda, agência no shopping Fórum Ipanema (zona sul), ela não conseguiu nesses dias fechar sequer um negócio.
Pacotes de cursos para estudantes e ecoturismo na Inglaterra e Austrália foram cancelados porque, sem telefone e fax, Glauce não pôde se comunicar com clientes, agências estrangeiras e companhias aéreas.
As perdas estão sendo contabilizadas pela empresária, que vai processar a Telerj por danos morais e materiais.
"Tínhamos pacote de quatro semanas em Cambridge (Inglaterra) em janeiro, cancelado porque perdemos o bloqueio de 50 passagens aéreas", disse ela, cuja agência, só com esse negócio, deixou de ganhar R$ 150 mil.
Espera
Há dois anos, o securitário Paulo Amado Franco, 40, pagou R$ 1.117,63 pela compra de uma linha telefônica em São Gonçalo (cidade a 20 km do Rio).
No contrato, assinado em 18 de novembro de 1994, a Telerj se comprometeu a instalar o telefone em, no máximo, dois anos. Findo o prazo contratual, a companhia não fez a instalação nem se comunicou com o cliente.
"Já fui na Telerj diversas vezes e só dizem que não há prazo para instalar o telefone. Podiam, ao menos, enviar uma carta explicando o que está acontecendo", disse Franco no momento em que registrava queixa no Procon-RJ.
"Coisa insuportável"
Moradora de Laranjeiras (zona sul do Rio), a empresária Vânia Lopes reclama que os problemas de seu telefone pioraram este ano.
"Eu não posso dizer que tenho telefone. Na verdade, não tenho, porque não recebo ligação nem consigo falar com ninguém. É uma coisa insuportável", disse a empresária.
Na Tijuca (zona norte), a bancária Susana Fonseca conta que já conseguiu fazer amizade com um rapaz que conheceu em uma linha cruzada.
"Ligava do banco e caía sempre na linha do cara. Acabamos amigos de tanto que um entrava na ligação do outro", disse ela.
Endereço errado
Situação inusitada viveu Paulo Fernando de Carvalho, morador de Niterói (cidade a 15 km do Rio).
Há um mês, ele recebeu a conta de um telefone em seu nome. Só que a linha não havia sido instalada pela Telerj. No valor de R$ 136,39, a conta registrava até telefonemas para o exterior.
Carvalho protestou na Telerj, que acabou localizando a linha no apartamento de uma vizinha. O telefone havia sido instalado, como sustentava a companhia. Mas em endereço errado.
(ST)

Texto Anterior: Fatec encerra seu vestibular
Próximo Texto: Aposentada ganha R$ 400 como monitora
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.