São Paulo, domingo, 15 de dezembro de 1996 |
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Mercosul vai adiar acordo com a Bolívia
DENISE CHRISPIM MARIN
O presidente Fernando Henrique Cardoso e seus colegas do Mercosul (Argentina, Uruguai e Paraguai) e da Bolívia deverão firmar documento tímido, que prevê a renegociação de tarifas e a implementação do acordo em data não prevista de 1997. O acordo com a Bolívia, entretanto, havia sido anunciado em junho passado, negociado a toque de caixa até o último dia 11 de outubro. Seria implementado a partir de 1º de janeiro de 1997 e reforçaria a tese da ampliação das relações do Mercosul. A partir dessa data, 95% dos produtos bolivianos e 60% dos produtos do Mercosul poderiam ser comercializados nesses mercados com tarifa zero de importação. Trigo O governo da Argentina, entretanto, decidiu mudar de opinião sobre as tarifas que a Bolívia adotou para o trigo, produto agrícola que iria permanecer protegido em uma das listas de exceção por dez anos. O acordo preliminar de livre comércio com a CAP (Comunidade Andina de Países), bloco no qual a Bolívia toma parte, também promete ficar para depois. A idéia inicial era concluir as negociações das normas de um acordo geral até a reunião de Fortaleza. No decorrer do ano que vem, as discussões sobre tarifas de importação ocorreriam entre o bloco econômico e cada um dos países andinos. Protocolo adiado A pauta interna da reunião mudou também em função das negociações emperradas no GMC (Grupo Mercado Comum), a instância superior de negociações dos quatro países do Mercosul. O protocolo sobre meio ambiente foi adiado. O mesmo ocorreu com o que prevê o reconhecimento dos títulos universitários de profissionais de um dos países do bloco que queiram lecionar em qualquer universidade do Mercosul. Embora os negociadores paraguaios considerassem a medida positiva, eles esbarraram na lei, que não permite estrangeiros no quadro de docentes das universidades locais. O Paraguai também pode emperrar o principal acordo interno -e primeiro na pauta social do Mercosul. Trata-se daquele que permite que um trabalhador transferido para outro país do bloco se aposente segundo as regras locais. A divergência entre o país vizinho e seus sócios foi provocada por um problema de comunicação interna. Os negociadores paraguaios não avisaram a chancelaria de seu país qual havia sido a decisão. Texto Anterior: O desafio japonês Próximo Texto: Burocracia emperra união Índice |
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