São Paulo, domingo, 15 de dezembro de 1996
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Executivos aderem ao treinador pessoal

SUZANA BARELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

O Ano Novo é propício para promessas. Entre uvas e champanhe, executivos de todo o mundo sempre juram investir na forma física, mas a falta de tempo transforma os exercícios num sonho de réveillon.
Transformava. Agora, executivos estão conciliando agendas apertadas com aulas particulares de ginástica, em academias montadas na própria casa e acompanhados por um "personal trainer" (treinador particular).
"Cada vez mais executivos e profissionais liberais procuram o nosso trabalho", diz o professor Maurício Gawendo, 27, que também dá aulas na academia Fórmula, de São Paulo.
O resultado é sempre melhor do que a prática solitária do esporte. Além do melhor condicionamento físico e de ginásticas dirigidas às suas necessidades, os adeptos recebem dicas de alimentação e, em alguns casos, ganham um amigo.
Em casa
Gawendo diz que a flexibilidade do horário e o fato de o professor ir até a casa do cliente são os principais atrativos dessa ginástica.
"Tenho sérios problemas de horário e nunca saio da fábrica com tempo para fazer exercícios", diz o empresário Paolo Papaiz, 36, superintendente da Papaiz.
Papaiz tem um professor de ginástica que vai até sua casa duas vezes por semana, religiosamente às 7h. Só não comparece quando ele desmarca a aula por motivos profissionais. Nesses casos, as aulas são remarcadas, em horário conveniente para Papaiz.
O empresário Samuel Zeibel, 42, aderiu ao "personal training" com o objetivo de manter-se em forma e ganhar fôlego para participar de maratonas.
"Sem o treinador, teria mais chances de desistir dos exercícios. Com ele, já corri três maratonas nos EUA", afirma Zeibel.
Outro adepto das aulas em casa é Ayrton Morin, 34, empresário da área financeira. "Preciso de um professor compatível com meu horário e que me acompanhe na hora dos exercícios", afirma Morin, que tem aulas às 6h30.
Morin, que já chegou a ficar oito anos sem férias por causa do trabalho, não quer só manter a forma física. "Estou me preparando para participar do campeonato de pára-quedismo nos EUA."
Equipamentos em casa
Com tal objetivo, Morin comprou, com o auxílio de seu professor, vários equipamentos para condicionamento físico e doou-os para o condomínio onde mora.
Na mesma linha, Wilson Verillo, sócio da franquia do salão de beleza Jacques e Janine no shopping Eldorado, conta que equipou uma sala de sua casa com aparelhos de "step", de musculação e pesos de diversos tamanhos.
"Como meus horários são imprevisíveis, tenho uma estrutura em casa que praticamente substitui a academia."
Verillo conta que pelo menos uma vez por semana desmarca uma aula, que é agendada para outro horário. "Meu objetivo é cumprir a promessa de vencer o excesso de peso." Ele pesa 90 quilos e mede 1,87 m.
Verillo conta que optou pela aula particular depois de tentar conciliar seus horários com uma academia, que fica no mesmo local onde trabalha. "Tentei até na hora do almoço, mas sempre aparecia um problema de última hora e acabava perdendo a aula."
Na ponta do lápis, os empresários dizem que pagam mais do que o equivalente a uma mensalidade de academia pelas aulas, mas avaliam que o gasto vale a pena. Na tabela, o preço da aula em casa varia, em média, de R$ 40 a R$ 60.

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