São Paulo, domingo, 15 de dezembro de 1996
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Luiz Felipe 'culpa' o frio

JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
DA REPORTAGEM LOCAL

Luiz Felipe, 48, natural de Passo Fundo (RS), iniciou carreira de treinador comandando o Juventude.
Mais tarde, passou pelo Pelotas, Brasil (também de Pelotas), Al Shabab (da Arábia Saudita), Goiás, Al Qadsis (do Kuait), seleção do Kuait, Coritiba, Criciúma e Al Ahli (da Arábia).
Dirigiu o Grêmio pela primeira vez em 87, voltando ao time em 93.
Seu principal título foi o da Libertadores da América, no ano passado.
A seguir, as perguntas de Candinho e as respostas de Luiz Felipe.
(JCA)
*
Candinho - Você já provou que é um ótimo técnico de futebol.
Em sua carreira, há passagens pelo futebol gaúcho e do Oriente Médio. Mesmo fora de centros como São Paulo e Rio, já tem importantes títulos no currículo.
Você espera algum convite de fora do Rio Grande do Sul ou até para comandar a seleção brasileira?
Luiz Felipe - Seria interessante partir para outro centro, é sempre um novo desafio, um passo diferente.
Um passo, na minha opinião, nem para frente, nem para trás, mas diferente.
São Paulo continua sendo um centro forte, apesar de times como São Paulo e Corinthians terem desapontado no Brasileiro.
Mas a tendência, a meu ver, é de que o Campeonato Paulista do ano que vem seja disputado, emocionante.
A Portuguesa surge como nova força, o Santos está se renovando, confiando no Wanderley Luxemburgo e comprando jogadores...
O Rio, no momento, passa por momento difícil, e foi sobrepujado por Rio Grande do Sul e Minas Gerais.
Quanto à seleção, não tenho intenção de dirigi-la. Meu pensamento está no Grêmio, que tem uma ótima diretoria, em sintonia com meu trabalho.
Candinho - Qual o segredo do futebol gaúcho e principalmente do seu Grêmio, que volta e meia está disputando finais?
Luiz Felipe - Nós trabalhamos com muita seriedade e profissionalismo.
O futebol gaúcho é semelhante ao argentino, com jogadores altos, fortes, de um biótipo mais definido.
Em algumas partes do Brasil, contestam nosso estilo. O que falta a certas pessoas é entender que, num inverno rigoroso como o nosso, o jogador tem de ser forte. Isso não significa que ele não seja habilidoso.
São conceitos diferentes de futebol. E o Grêmio está mostrando que o nosso não é dos piores.
Candinho - Muitos imaginam que você é uma pessoa dura, carrancuda, que não sabe brincar.
Quem conhece um pouco de você sabe que não é assim. A imagem que a mídia faz de você o incomoda?
Luiz Felipe - Incomodar não incomoda. Interessa o que meus comandados pensam, o que o grupo acha, o que fazemos para conseguir os resultados desejados.
Sou sério, exijo responsabilidade, cobro bastante, mas um time só vai bem se o ambiente é agradável. No Grêmio, rimos, brincamos e trabalhamos unidos.
Candinho - Em que técnico você se espelhou?
Luiz Felipe - Tive um bom técnico, o Sérgio Moacir Torres, competente, porque sabia criar um bom ambiente de trabalho.

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