São Paulo, domingo, 15 de dezembro de 1996
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Multialergia não tem cura

LUCIA MARTINS1
DE LONDRES

O médico de Gillian McCarthy, Christopher Heard, diz que ela não tem cura e que nunca voltará a ter uma vida completamente normal.
Ele é diretor médico da clínica Breakspear que trata alérgicos em Hemel Hampstead (região central da Inglaterra) e especialista em doenças ligadas ao meio ambiente.
Heard trata cerca de 50 pacientes cujos males variam de casos comuns de alergia a pessoas que têm Distúrbio Múltiplo de Sensibilidade Química (DMSQ).
Ele afirma que já tratou mais de 7.000 pessoas com problemas de alergia, mas apenas dez delas se aproximavam do estágio de Gillian.
Segundo ele, quando o problema é diagnosticado precocemente é possível fazer o paciente identificar o "agente agressor" antes que ele tenha causado um mal irreparável. Nesse caso, Heard diz que o alérgico pode ter uma vida normal, tendo apenas que ficar atento para qualquer nova reação do organismo.
Ele afirma que o grande problema de Gillian foi a demora do diagnóstico (há três anos) e a alta exposição a agentes químicos. Gillian, segundo o médico, é o caso mais difícil que ele já tratou por causa da imprevisibilidade das reações.
"Periodicamente, ela desenvolve resistência a novas produtos. Nunca sei qual é o ambiente ideal para Gillian. Ela tem que ficar sempre sob observação", diz Heard, que visita a paciente todo mês.
Causas e terapia
O especialista afirma que as causas mais comuns da DMSQ são a longa exposição a pesticidas (principalmente organofosfatos), solventes e produtos farmacêuticos em geral.
Diz também que a medicina ainda não sabe exatamente como essas substâncias afetam o organismo e por que algumas pessoas são mais frágeis do que outras a elas.
Heard explica que o tratamento adequado para o problema varia de paciente para paciente.
Mas há, segundo ele, algumas regras básicas usadas em todos os doentes, como, por exemplo, evitar remédios e receitar uma dieta que misture alimentos naturais com suplementos de vitaminas.
(LM)

LEIA MAIS sobre alérgicos e alergia nas págs. 5-14 e 5-15

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