São Paulo, domingo, 15 de dezembro de 1996
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Livrarias do futuro

IRINEU FRANCO PERPETUO
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Elas têm de tudo: CD-ROM, brinquedo, pão de queijo, fita de vídeo e CD.
São as cyberlivrarias ou megastores, o novo tipo de shopping cultural que está se tornando comum em São Paulo.
Para quem faz mesmo questão, dá até para sair da loja com um livro debaixo do braço. O livro é cada vez mais um acessório.
As "livrarias do futuro" ainda não aboliram o papel nem os funcionários, mas utilizam a informática de forma cada vez mais intensa. A mediação do elemento humano é reduzida ao mínimo necessário. Terminais de computadores substituem os vendedores, cortando gastos e, ao mesmo tempo, ampliando os serviços.
As cyberlivrarias já não se contentam com um único pavimento -nas mais modernas, escadas rolantes levam os compradores de um piso ao outro.
Consumo
A Unesco estabeleceu para fins didáticos, em 1964, que livro é "publicação impressa, não periódica, que consta de um mínimo de 49 páginas, sem contar as capas".
À época da última Bienal Internacional do Livro de São Paulo, 57% dos entrevistados do Datafolha não haviam lido nenhum livro nos 12 meses anteriores ao evento.
O número contrasta fortemente, entretanto, com a maciça presença do público na própria Bienal. Não se lê, mas se consome.
Por isso, os computadores das megastores nem se aproximam dos catálogos da ainda maioria das livrarias ou as fichas das bibliotecas públicas -onde o livro está para ser consultado, não para ser consumido.

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