São Paulo, domingo, 15 de dezembro de 1996 |
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"Ele era um fidalgo"
MAURICIO STYCER
Helio Krahenbuhl, que é tio de Lair Krahenbuhl, secretário de Habitação do prefeito Paulo Maluf, guarda boas recordações de Paulo Emilio na prisão: "Era um fidalgo. Era muito bem tratado". Ele se lembra que, diferentemente dos demais presos, que faziam a sua própria comida na cadeia, Paulo Emilio recebia a sua pronta, enviada pela família. "Ele era muito bem servido." Krahenbuhl acha que a escavação do túnel que levou os presos para fora do Paraíso demorou dois meses. "Participei da escavação. A vigilância era muito escassa. Não havia revista nas celas", conta. Por esse motivo, a terra acumulada ao longo da escavação pôde ser depositada no quarto de um dos presos, no porão do presídio, sem que os guardas descobrissem. Krahenbuhl diz que a situação dos presos no Paraíso era "muito cômoda", mas não acredita que a polícia tenha fechado os olhos para a fuga dos presos. Inglês na prisão Durante sua estada no Presídio Maria Zélia, Krahenbuhl começou a aprender inglês. "Era um ambiente muito interessante, muito rico." Anos mais tarde, publicaria um dicionário inglês-português para executivos. Especializado em administração, hoje aposentado, Krahenbuhl mora em Brasília. Foi diretor de receita da Prefeitura de Piracicaba e foi gerente-geral de uma fábrica de cerveja em Brasília. Hoje com 80 anos, se diz "um esquerdista à moda de Jorge Amado". Aliás, conheceu o pai da escritora Zélia Gattai durante sua estada no Maria Zélia. (MSy) Texto Anterior: Uma aventura cinematográfica Próximo Texto: Biógrafo vê 'anti-sectarismo total' Índice |
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