São Paulo, domingo, 15 de dezembro de 1996
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'Rei do Gado' caminha para fim óbvio

ELAINE GUERINI
DA REPORTAGEM LOCAL

A trama de "O Rei do Gado" caminha para um desfecho chavão. Faltando dois meses para a última semana (prevista para meados de fevereiro), a novela de Benedito Ruy Barbosa dá os primeiros passos para a definição dos conflitos e o esperado final feliz.
A rivalidade entre as famílias Mezenga e Berdinazi -o elemento determinante na trama- promete ser superada com o esforço de Luana (Patrícia Pillar). Em conversa com Judite (Walderez de Barros), a ex-bóia-fria deixou escapar que pretende promover a paz entre os núcleos.
"A Luana promete ser a chave da reconciliação. Ela foi uma das que mais sofreu com os conflitos, mas é pura o suficiente para superar o ódio", diz a professora Ana Maria Fadul, coordenadora do núcleo de pesquisa de telenovela da ECA-USP.
Seguindo os padrões da novela, a reconciliação é quase certa. "Como o roteiro se baseia explicitamente na história de Romeu e Julieta, o sacrifício de um personagem ou mais deverá levar ao entendimento", afirma Renata Palotini, 65, professora de dramaturgia e membro do núcleo de telenovela da ECA-USP.
Mauro Alencar, 34, consultor de novelas da Rede Globo, lembra que o autor Benedito Ruy Barbosa usou o mesmo elemento na trama de "Cabocla" (Globo-1979). "A simplicidade da protagonista (vivida por Glória Pires) também acabou unindo duas famílias rivais."
Para Maria de Lourdes Motter, 55, do núcleo de telenovela da ECA, o desfecho da trama será "previsível". "Todo final de novela é conciliador. Pode-se apostar que a moral da história será alguma coisa como 'o ódio é uma herança destrutiva'."
As possíveis surpresas ficam por conta das subtramas -as famosas "quem matou quem" e "quem fica com quem". "Tudo indica que Geremias não vai ficar sozinho. Apesar de ter sido um homem ruim no passado, ele deve terminar ao lado da governanta Judite", aposta Motter.
A personagem Léia (Silvia Pfeifer) merece uma nova chance. "Ela já sofreu o suficiente apanhando a novela inteira. Não pode acabar mal", comenta Fadul. "Mas, se o Ralf (Oscar Magrini) ainda estiver vivo, o que é bem provável, ela acaba o aceitando de volta", destaca Motter.
Bruno (Antônio Fagundes) e Luana, o par romântico da história, devem chegar ao altar. "Separá-los seria o mesmo que trair o público", destaca Alencar. Segundo o consultor, o autor não dará um final absolutamente feliz ao grupo de sem-terra. "Não é do estilo de Benedito solucionar o problema. Ele apenas deixa uma luz."
(EG)

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