São Paulo, quarta-feira, 18 de dezembro de 1996
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Agora, gremistas lutam por homenagem

LÉO GERCHMANN
FREE-LANCE PARA A AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

Os jogadores do Grêmio, encerrada a luta pelo título brasileiro, agora começam uma disputa interna para entrar na história do time gaúcho.
Dois dos atletas colocarão seus pés e assinaturas no cimento da "calçada da fama", um espaço reservado no lado externo do estádio Olímpico para pessoas que marcaram época no clube.
Hoje há 20 homenageados na calçada. Capitães dos times que conquistaram os principais títulos para o Grêmio estão entre eles.
Como o capitão do Brasileiro-96, o zagueiro Adílson, já eternizou seu nome no Olímpico por ter sido o capitão na conquista da Libertadores, em 95, abre-se nova vaga.
A escolha
A definição dos nomes que estariam na calçada, inaugurada há cinco meses, foi feita por 20 jornalistas do Rio Grande do Sul.
Agora, serão escolhidos, anualmente, dois novos nomes em enquete realizada junto à torcida.
Ainda não está definida a forma e a data da primeira eleição, que deve acontecer no início de 97.
"Desde que a calçada foi criada é um sonho pôr o pé na calçada", disse o meia Carlos Miguel. "Seria a glória. Comecei nos infantis do Grêmio aos 15 anos e torço para o time desde a infância."
Para o atacante Paulo Nunes, a homenagem deve ser feita para ele, artilheiro do campeonato.
"Eu estou só há dois anos no Grêmio, mas foi aqui que consegui minha afirmação profissional", afirmou. "Consegui conquistar títulos importantes e mereço um lugar na eternidade."
A 'injustiça'
Disputas à parte, Carlos Miguel acha que a 'calçada da fama' cometeu algumas injustiças. Para ele, o ex-jogador Éder, campeão gaúcho pelo Grêmio em 77 e 79, merecia ter sido eternizado.
"O cara que eu queria ver botando o pé nesse cimento era o Éder", afirmou o meia.
Éder tinha características semelhantes às de Carlos Miguel. Ambos são canhotos, jogando pelo setor esquerdo do ataque.
O único dirigente que consta da 'calçada da fama' é Fernando Kroeff, patrono do Grêmio. Ele representa todos os dirigentes da história do clube.
Osvaldo Rolla, ex-técnico do Grêmio, morto em outubro passado, é o único treinador com o nome registrado.
Rolla, conhecido como Foguinho, era considerado o inventor do estilo gaúcho de jogar futebol.
Nos anos 50, fazia o atleta subir e descer as arquibancadas do antigo estádio da Baixada com um saco de cimento nas costas.

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