São Paulo, quinta-feira, 19 de dezembro de 1996
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Especialista critica lista única

DA REPORTAGEM LOCAL

O médico Hoel Sette Júnior, 53, especialista em doenças do fígado, criticou ontem a lista única por ordem cronológica defendida pelo cirurgião Silvano Raia, chefe da equipe de transplantes do Hospital das Clínicas.
Segundo ele, o critério de ordem cronológica não é viável para ser implantado no caso dos transplantes de fígado. "As doenças agudas do fígado evoluem mais depressa. O doente não pode esperar", diz.
Segundo ele, o critério cronológico só funcionaria no caso das filas para transplantes de rim, por ter tratamento alternativo ao transplante. "Os pacientes que precisam de um rim podem fazer hemodiálise. Os que precisam de pulmão, coração ou fígado não têm escolha. Se não receberem o órgão, morrem", diz.
Sette Júnior, que é diretor da Clínica Pró-Fígado, defende a proposta apresentada pela ABTO (Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos) à secretaria.
Segundo Sette Júnior, a Pró-Fígado cobra, a cada transplante, R$ 52 mil pela parte de laboratório, banco de sangue e internação e R$ 20 mil pela parte médica.
O SUS (Sistema Único de Saúde), do Ministério da Saúde, paga R$ 45 mil por transplante de fígado realizado em hospital público. Os hospitais universitários, como o HC e a Unicamp, recebem mais 75% para treinamento.
Segundo Sette Júnior, cerca de 80% dos transplantes realizados pela Pró-Fígado são pagos por convênios médicos.

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