São Paulo, quinta-feira, 19 de dezembro de 1996
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SP vai adotar regras dos EUA para a distribuição de órgãos

DA REPORTAGEM LOCAL

A Secretaria Estadual da Saúde vai adotar critérios norte-americanos para a distribuição de órgãos para transplante em São Paulo.
Os critérios vão seguir o padrão adotado pela Unos (United Network for Organs Sharing), organização não-governamental americana que regulamenta os procedimentos para transplante nos EUA, seguidos por diversos países.
Cada tipo de órgão para transplante contará com uma lista de receptores única centralizada na secretaria e ordenada por ordem cronológica de inscrição.
Para a distribuição de cada órgão, serão levados em conta também o estado clínico do paciente, a idade, massa corpórea, compatibilidade sanguínea e, principalmente, gravidade da doença.
Segundo a secretaria, cada um dos critérios deve receber uma pontuação. O critério de gravidade seria o principal a ser verificado.
A ordem cronológica de inscrição serviria apenas como critério de desempate, se houver dois pacientes com quadros clínicos semelhantes e mesma faixa etária, por exemplo.
Os critérios de distribuição adotados pela Unos são semelhantes aos propostos no Consenso Estadual de Transplantes de Órgãos, organizado pela ABTO (Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos). O documento foi elaborado em outubro por 60 profissionais de equipes transplantadoras.
O documento propõe ainda que a distribuição dos órgãos seja feita de acordo com a região em que ele foi captado, para estimular a procura por potenciais doadores.
Segundo a proposta, o Estado seria dividido em 13 OPOs (Organizações de Procura de Órgãos), formados por um conjunto de hospitais. Metade dos órgãos captados em cada grupo seria utilizada pela própria OPO, segundo listas de espera próprias, e a outra metade seria distribuída pela secretaria, de acordo com a lista centralizada.
Segundo a ABTO, essa forma de captação aumentaria o número de doações e o índice de aproveitamento dos órgãos, reduzindo as listas de espera.
Essa proposta não deve ser seguida pela secretaria. A regionalização só deve ser adotada quando a distância entre o local onde o órgão for captado e o receptor adequado inviabilizar o transplante.

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