São Paulo, quinta-feira, 19 de dezembro de 1996 |
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Pai mata a facadas seus 3 filhos no Sul
LÉO GERCHMANN
Isaias Alves Teixeira, 9, além de ter sido esfaqueado pelo pai, teve a cabeça esfacelada com uma marreta. Ester, 3, e Míriam, 1, suas irmãs, foram mortas com uma faca e uma tesoura. Míriam chegou a sofrer mais de 30 perfurações, segundo o delegado Mauro Vasconcelos. A mulher de Teixeira, Lurdes Alves da Silva, 36, e a outra filha, Sandra, 11, foram feridas a facadas e tesouradas e estavam internadas, até o final da tarde de ontem, em estado de choque no Hospital Geral de Novo Hamburgo. A família morava em uma casa de madeira com cinco cômodos, no bairro de Canudos, na periferia da cidade. Teixeira era natural de Pinhalzinho, interior de Santa Catarina, assim como a mulher. O crime, segundo o delegado, foi passional. "O pouco que a Lurdes conseguiu nos falar foi que o Pedro Raimundo pediu para ela confirmar que estava tendo um caso extraconjugal, o que teria sido confirmado", disse Vasconcelos. Sem brigas Quando estava sendo esfaqueada pelo pai, Sandra pediu para que ele não a matasse. Teixeira parou de dar facadas, permitindo que ela saísse da casa. Livre, Sandra avisou os vizinhos, que chamaram a polícia. O vizinho Manoel da Silva, 26, ainda retirou Teixeira com vida de dentro da casa, levando-o para o Hospital Geral. Teixeira tinha a faca cravada no peito e não resistiu ao ferimento, morrendo no hospital. Outro vizinho, Olavo de Oliveira, 26, disse que, depois de ter visto Sandra ensanguentada na rua e ouvido os latidos dos seus cachorros, entrou na casa de Teixeira e viu as três crianças mortas, uma Bíblia no chão e talheres espalhados. "Nunca vi problemas entre o casal", afirmou ele. O choro de uma criança e o barulho de uma pessoa mexendo em talheres acordou, na madrugada de ontem, João Pereira, 20, também vizinho da família. Ele disse ter ouvido Sandra pedir ao pai para viver e a seguinte resposta: "Não, Sandra, vem com o pai e vamos descansar todos juntos." Os barulhos de talheres e choro eram, segundo Teixeira, repetidamente cortados pelo silêncio. "Foi a primeira vez que ouvi ou fiquei sabendo de uma discussão do casal", afirmou Pereira. Texto Anterior: Empresa nega responsabilidade Próximo Texto: Mulher matou filhas no PR Índice |
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