São Paulo, quinta-feira, 19 de dezembro de 1996
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Violência marca relações

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Uma série de incidentes violentos acompanha a escalada de investimentos japoneses no Peru.
Desde que assumiu o poder, em 1990, o presidente Alberto Fujimori, que é filho de imigrantes japoneses, já visitou o Japão seis vezes. Vivem no Peru cerca de 80 mil pessoas de origem japonesa.
O governo de Tóquio é o segundo maior provedor de ajuda econômica ao Peru, atrás apenas dos Estados Unidos. Quando Fujimori suspendeu as liberdades constitucionais, em 1992, o Japão foi o único país rico a não criticá-lo.
Em julho de 1991, guerrilheiros de esquerda mataram a tiros três japoneses, funcionários de uma agência de cooperação japonesa. O incidente ocorreu em um centro agrícola na região central do país.
Em dezembro de 1990 e abril de 1991, a Embaixada do Japão em Lima foi, junto com outras representações diplomáticas, alvo de ataques simultâneos atribuídos a guerrilheiros marxistas.
Os ataques não conseguiram diminuir o interesse de empresas japonesas no país.
Prova disto é que a lista de reféns na Embaixada do Japão inclui executivos de filiais locais de empresas como Toyota, NEC, Asahi e Matsushita.
Em 1995, o Peru exportou US$ 541 milhões para o Japão, principalmente minerais. As importações peruanas somaram US$ 300 milhões em carros, equipamentos eletrônicos e maquinário industrial.
O Peru foi o país latino-americano que mais recebeu empréstimos japoneses (US$ 281 milhões) no ano passado. No mesmo período, as doações chegaram a US$ 32,2 milhões.
Suspeita
Há indícios de que grupos radicais de esquerda dos dois países tenham ligação.
Em junho, o Peru deportou para o Japão a guerrilheira Kazue Yoshimura, do Exército Vermelho. Ela estava sendo procurada desde 1974, por suspeita de envolvimento em um ataque à Embaixada da França em Haia.
Também há suspeita de ligação entre o Exército Vermelho, grupo radical de esquerda japonês, e o maoísta Sendero Luminoso, do Peru.

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