São Paulo, quinta-feira, 19 de dezembro de 1996
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Peru é pressionado a não atacar prédio

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Líderes dos países com diplomatas na casa do embaixador japonês em Lima estão pressionando o Peru a dar prioridade à vida dos reféns e a aceitar negociar com os guerrilheiros.
O ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Klaus Kinkel, contatou o governo peruano por telefone para pedir que o Peru evite uma ação policial que possa deixar reféns feridos. O governo peruano garantiu a Kinkel que vai preservar a vida dos diplomatas.
"Temos certeza de que o Peru vai fazer todo o possível para que a vida dos reféns não fique em perigo", disse Klaus Kinkel.
O ministro pediu ao embaixador alemão na Bolívia que fosse a Lima tratar da situação.
A Espanha, além de pressionar para que o Peru negocie, pediu que fossem enviados medicamentos para a casa do embaixador, onde haveria feridos.
Os 15 países da União Européia fizeram uma declaração conjunta pedindo que o Peru proteja a vida dos reféns. Estavam na noite de ontem ainda na casa o embaixador austríaco, um representante da UE e diplomatas dos outros países.
A UE também pediu ao grupo Tupac Amaru a libertação imediata de todos os sequestrados.
Um outro pedido de prudência veio do chanceler da Venezuela, Miguel Angel Burelli. "É uma decisão soberana do governo peruano invadir o prédio e estragar tudo, mas ainda acredito que o drama possa acabar sem tragédia."
A Bolívia também disse querer evitar uma ação do Peru. O Equador mostrou preocupação com o chanceler peruano, Francisco Tudela. O país suspendeu negociações sobre territórios que faria com Tudela amanhã em Brasília.
O premiê do Canadá, Jean Chrétien, ofereceu a ajuda do país. A Colômbia, país onde mais ocorrem sequestros no mundo, também se disse disposta a cooperar, mas não obteve resposta.
O Chile, o Panamá e o Uruguai disseram estar "preocupados" com a situação e condenaram a ação dos guerrilheiros. O vice-chanceler da Argentina, Andres Cisneros, disse que exigia a garantia da vida dos sequestrados, mas não opinaria sobre negociações.
O secretário-geral da ONU, Boutros Boutros-Ghali, e seu colega da Organização dos Estados Americanos, César Gaviria, pediram a libertação dos reféns.
Os EUA condenaram a tomada de reféns, mas disseram ter uma única política com sequestradores: "Não negociar", disse o porta-voz da Casa Branca, Mike McCurry.
O país pediu os 10 mil americanos que moram no Peru não fiquem perto do local em que estão os guerrilheiros. Os EUA ofereceram ajuda ao Peru e ao Japão.

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