São Paulo, sexta-feira, 20 de dezembro de 1996
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FHC diz que déficit "atazana" governo

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Ao discursar na última reunião ministerial deste ano, o presidente Fernando Henrique Cardoso fez ontem um balanço positivo da economia brasileira. Mas reconheceu que o déficit público "atazana" o governo federal.
"Esse é o problema que nos atazana. Temos ainda persistentes problemas com o déficit operacional (que inclui despesas com juros) do setor público", disse FHC, que previu para este ano uma inflação em torno de 10%.
"Esse déficit, embora não seja assustador, nós estamos controlando. Os senhores sabem com que dor no coração controlamos, por exemplo, salários no setor público federal", disse o presidente.
Afirmou também que os preços de aluguéis, mensalidades e serviços estão caindo após 30 meses de Plano Real e considerou a evolução do preço da cesta básica como o exemplo "mais significativo de tudo isso".
Após listar outros avanços na economia (aumento no consumo de alimentos e de eletroeletrônicos, na produção de carros e redução do número de pobres), FHC atacou os que criticam o Real.
"Quem continua dizendo que o Plano Real é feito para ajudar banqueiro, é feito para os ricos, simplesmente mente. Ou mente ou é ignorante."
FHC também rebateu as críticas ao desempenho da balança comercial, que neste ano já registra um déficit de US$ 3,754 bilhões. Ele disse que o déficit de 96 não será superior a US$ 4 bilhões. A área econômica fala em US$ 5 bilhões.
O presidente utilizou dados do Datafolha para reforçar a distribuição de renda que ele disse ter acontecido com o Plano Real. Segundo esses dados, houve um aumento de 21% na população das classes A e B.
Paralelamente, aconteceu uma redução de 17% nas classes D e E. "Houve efetivamente uma redução do número de pobres."

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