São Paulo, sexta-feira, 20 de dezembro de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

CEF mudará forma de cálculo de prestação

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A CEF (Caixa Econômica Federal) vai mudar o cálculo das prestações da casa própria em financiamentos com recursos da instituição.
A idéia é adotar um cálculo para o mutuário amortizar uma parcela maior do saldo devedor no início do financiamento.
Com isso, as prestações iniciais vão ficar mais altas, e as últimas, mais baixas -em termos reais.
Saldo devedor Durante o pagamento do empréstimo, o valor do saldo devedor deverá cair, e, assim, a prestação também cairá em relação à renda do mutuário.
Com essas medidas, no final do contrato, não haverá saldo devedor para ser refinanciado.
Pelo novo cálculo, prevendo correção de 10% ao ano e prazo de 15 anos, a diferença entre a primeira prestação e a última seria de 170%, para crédito de R$ 25 mil. Pela Tabela Price, subiria para 451%.
Essa sistemática vai valer para os próximos contratos habitacionais que forem assinados com a CEF.
Isso inclui, por exemplo, a linha de financiamento à classe média, de R$ 800 milhões, que teve as inscrições encerradas no início de novembro.
Esse empréstimo é financiado com juros de TR (Taxa Referencial) mais 12% ao ano e o prazo de pagamento varia de 5 a 15 anos.
Os atuais contratos são calculados pela chamada Tabela Price. Ela tem uma fórmula que leva em conta uma série uniforme de prestações, em um tempo determinado e juros também de até 12%.
O presidente da CEF, Sérgio Cutolo, disse que essa mudança vai reduzir a inadimplência nos contratos habitacionais.
"No final, a prestação cai e o mutuário não terá dificuldades para pagar", disse.
É que, em muitos contratos, a correção da prestação é muito alta e o mutuário deixa de cumprir o contrato, segundo o presidente da CEF.
Mercado secundário
Esses contratos vão ajudar também a CEF a entrar com uma boa carteira no mercado secundário (compra e venda de papéis entre terceiros).
O Ministério da Fazenda e a Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança) estão estudando a criação de uma empresa para negociar esses títulos.
Nome provisório O nome provisório é Sociedade de Finalidades Específicas. Ela terá os bancos como sócios e cada um poderá ter o máximo de 10% da empresa, que vai negociar os créditos das instituições financeiras.
Cutolo disse que essa mudança vai permitir a padronização dos contratos.
A caixa tem hoje 300 diferentes tipos de contratos habitacionais.
Ele disse também que a CEF deverá chamar, no próximo ano, todos os trabalhadores inscritos nos programas de financiamento à classe média e carta de crédito.

Texto Anterior: BC não definiu conta-salário
Próximo Texto: Aluguel volta a 1% do valor
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.