São Paulo, sexta-feira, 20 de dezembro de 1996
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Zagallo diz já ter base para disputar a Copa da França

MÁRIO MAGALHÃES
ENVIADO ESPECIAL A MANAUS

Acabou o "laboratório" na seleção brasileira de futebol.
O técnico Mario Jorge Zagallo disse na madrugada de ontem, após a vitória de 1 a 0 sobre a Bósnia, que já tem a base de jogadores para a Copa de 98 e que não haverá mais novidades nas convocações.
"Não posso continuar colocando jogador em cima de jogador, porque senão não sei mais quem colocar."
Depois de dizer que em 1997 definirá os titulares que disputarão o Mundial da França, Zagallo respondeu pergunta sobre o possível surgimento de novos valores.
"Como novos? Já apareceu muito jogador. Enquanto os outros tentam ter mais um, nós somos uma máquina de jogadores. A base de 98 já está feita, e por consenso."
O jogo
O Brasil venceu a Bósnia com gol do atacante Ronaldinho, cobrando falta, no segundo tempo. Ele viu que a barreira estava mal colocada, pediu para chutar e marcou.
Na maior parte do tempo, a seleção foi muito vaiada pela torcida, por causa de passes errados, de lentidão e dificuldade para se aproximar do gol adversário. Zagallo reclamou.
"Não devia haver vaias. Há três anos a seleção principal está invicta. Não dá para entender."
Ele não gostou especialmente das vaias pouco antes do fim da partida, quando o time ficou tocando passes laterais, diante de uma seleção bósnia esgotada.
"O pessoal quer que a gente vá para cima de qualquer maneira, mas tem que aprender que o modo de jogar, faltando cinco minutos, é esse. Se estamos ganhando de 1 a 0 e está quase no fim, não tem que ter jogo mesmo."
Elogios
Zagallo, normalmente avesso a análises individuais, destacou o desempenho de três jogadores: o zagueiro Gonçalves, o meia defensivo Leandro e, principalmente, o meia Denílson.
Denílson e Leandro não são titulares. Eles substituíram Leonardo e Mauro Silva.
Na lateral esquerda, há disputa entre Zé Roberto (jogou) e Roberto Carlos (não foi convocado).
Zagallo viu no adversário, formado por "sobreviventes de guerra", o maior problema da seleção brasileira.
"A Bósnia não veio para jogar. Abusou da violência."

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