São Paulo, sexta-feira, 20 de dezembro de 1996
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Diretor tinha outro projeto

DA REPORTAGEM LOCAL

O cineasta Bruno Barreto pretendia filmar novamente com Marcello Mastroianni, desta vez uma adaptação de um livro de Mario Vargas Llosa.
Barreto, que dirigiu o ator em "Gabriela, Cravo e Canela", apresentou o projeto a Mastroianni há cerca de três meses, numa conversa telefônica.
"Ele ficou entusiasmado e, em tom de brincadeira, disse que o faria se ainda estivesse vivo. Eu não sabia do câncer. Mastroianni dizia ter um enfisema pulmonar, mas não falava muito do assunto", afirmou Barreto à Folha, de Nova York.
Segundo Barreto, o filme seria baseado em "Mi Tia Zoara", a história de um homem mais velho, casado com uma jovem que se apaixona pelo enteado.
"É um triângulo amoroso dos mais engraçados, porque o pai não fica aborrecido. Ao contrário, até faz gosto de passar a mulher para o filho. Era um projeto que eu estava tocando para ele. Agora não sei o que será feito", disse.
Barreto disse ter ficado arrasado com a morte do ator, que considerava um dos maiores atores com quem trabalhou. "Chorei a manhã toda, estou muito triste", afirmou.
Segundo o cineasta, Mastroianni era apaixonado pelo personagem Quincas Berro D'Água, que lhe foi apresentado depois de fazer "Gabriela".
"Ele dizia que era uma maravilha um personagem principal que não fala uma palavra. Mastroianni tinha prazer em criar características físicas aos personagens, como a perna manca de Nacib, em Gabriela."

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