São Paulo, sexta-feira, 20 de dezembro de 1996
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Papa irá a Belém em 2000, diz Arafat

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O papa João Paulo 2º aceitou visitar Belém (Cisjordânia) no ano 2000, disse ontem o líder palestino Iasser Arafat depois de se encontrar com ele.
"Eu o convidei para comemorar os 2.000 anos do nosso Jesus Cristo", disse Arafat.
O Vaticano informou que Arafat e o papa discutiram a questão da crescente tensão no Oriente Médio e os caminhos do processo de paz. Foi a 5ª audiência privada entre Arafat e João Paulo 2º.
Ao sair da reunião, Arafat disse que "o processo de paz se encontra num beco sem saída".
As relações entre palestinos e israelenses se deterioraram desde que Netanyahu anunciou a criação de benefícios para a construção de novos assentamentos judeus nos territórios controlados parcialmente pelos muçulmanos.
Estado independente
O ministro da Planificação da Autoridade Nacional Palestina, Nabil Chaat, voltou ontem a dizer que os palestinos podem anunciar a criação de um Estado independente em resposta à política israelense de expansão dos assentamentos.
Segundo Chaat, o Estado independente ficaria nos territórios da Cisjordânia e da faixa de Gaza (atualmente controlados de forma parcial pelos palestinos), nos quais há mais de 150 assentamentos judeus.
O premiê de Israel, Binyamin Netanyahu, disse que o ato seria o fim do processo de paz.
Um importante assessor de Netanyahu, porém, afirmou que Israel pode vir a aceitar a existência de um "Estado" palestino.
David Bar Illan, chefe de Comunicação do governo israelense, afirmou ontem que o primeiro-ministro está mais preocupado com os poderes de uma entidade palestina do que com o nome dela.
Segundo ele, "enquanto Netanyahu faz da desmilitarização uma condição para a existência de uma entidade, chamá-la de Estado ou outra coisa não é uma questão importante".
Ataque ao Líbano
Israel atacou de novo com mísseis ar-terra áreas do sul do Líbano dominadas pelo grupo guerrilheiro Hizbollah (Partido de Deus). É o quarto ataque à região em cinco dias.
Segundo autoridades israelenses, a incursão aérea foi uma represália ao ataque de ontem do Hizbollah a um posto militar israelense situado na faixa de 12 km que Israel mantém ocupada no sul do Líbano.
Não foram relatados feridos ou danos materiais nos ataques.

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