São Paulo, sábado, 21 de dezembro de 1996
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O preço da cultura

No quarta-feira, a secretária de Antônio Kandir (Planejamento) anunciou que o assessor especial da Caixa Econômica Federal Líscio Camargo se encontrava na ante-sala e pedira para dar uma palavrinha com o ministro.
Kandir recebeu Líscio imediatamente, convencido de que ele levava algum problema urgente. O assessor, porém, entrou carregando uma enorme sacola. Curioso, o ministro perguntou:
- O que é isso, Líscio?
- É um brinde da CEF, da Bienal de São Paulo - respondeu.
Em seguida, explicou que a Caixa patrocinara a sala Edvard Munch da Bienal e que na sacola estavam alguns livros de presente para Kandir. Com os olhos cobiçosos, ele pegou a sacola.
- Que sorte a minha!
- Por que? - disse Líscio.
- Eu estive nesta sala e pensei em comprar esses livros. Meti a mão no bolso, mas a minha consciência armena disse não. Imagina se eu tivesse comprado. Agora, daria um tiro na cabeça.

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