São Paulo, sábado, 21 de dezembro de 1996
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União teve gasto de R$ 530 mi com juros do Proer até outubro

Governo não recebeu R$ 14,8 bi emprestados

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O programa de incentivo às fusões bancárias custou R$ 530 milhões aos cofres federais de novembro de 1995 a outubro de 1996, conforme dados divulgados ontem pelo Ministério da Fazenda.
Para o cálculo, o governo compara os juros pagos para conseguir o dinheiro do Proer (o nome do programa) e os juros mais baixos cobrados dos bancos beneficiados.
Na verdade, esse é um cálculo teórico, porque o Banco Central já liberou R$ 14,877 bilhões pelo Proer, sem receber praticamente nada dos empréstimos -o BC não divulga quanto recebeu.
Pelas regras do programa, os bancos podem entregar títulos públicos de longo prazo -até 30 anos- em garantia do Proer. São os chamados títulos "podres", cujos juros são contabilizados como pagamento dos empréstimos.
O problema é que, quando libera dinheiro aos bancos, o BC eleva a quantidade de moeda em circulação na economia. Para evitar esse efeito inflacionário, vende títulos de curto prazo e juros mais altos que os dos papéis "podres".
Como os títulos recebidos pelo BC têm prazo de até 30 anos, só dentro desse prazo serão conhecidos os custos totais do Proer.
O Proer financiou, até agora, seis operações de fusão: Nacional-Unibanco, Excel-Econômico, Banorte-Bandeirantes, Mercantil-Rural, Antônio de Queiroz-United e Martinelli-Pontual.
A CEF (Caixa Econômica Federal) usou recursos do programa para a compra das carteiras imobiliárias do Econômico e do Banorte. O documento da Fazenda considera que o custo de R$ 530 milhões foi pequeno diante dos benefícios para o sistema financeiro.

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