São Paulo, sábado, 21 de dezembro de 1996
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Para entender o caso

1. O Ministério das Comunicações está para liberar 120 concessões de rádio e TV, de um total de 600 prometidas pelo ministro Sérgio Motta.
2. Grupos de lobistas estão comercializando emissoras de FM, ainda não licitadas pelo ministério, por preços que vão de R$ 50 mil a 150 mil.
3. Esses grupos funcionam por meio de operadores em vários Estados, que oferecem emissoras a donos de rádio do interior e a igrejas evangélicas.
4. As partes assinam um contrato, no qual os lobistas se comprometem a entregar a concessão de FM. O comprador paga metade ao assinar o contrato e o resto após ser liberada a rádio.

Os personagens
Naura Beatriz Constantinópolos Severo
Assessora do deputado João Iensen (PPB-PR), ela comanda um dos grupos de lobistas. Beatriz cobra R$ 50 mil por FM obtida -R$ 25 mil antecipados e o restante após ser liberada a emissora.

João Iensen (PPB-PR)
Apóia explicitamente o grupo coordenado por Beatriz. Na Câmara, Iensen prioriza a área de radiodifusão. Já foi relator de cinco projetos de lei relativos a esse setor.

Rubinaldo Cabral dos Santos
Conhecido como Biná, é um dos operadores do grupo de Beatriz. É ligado à Igreja Renascer e diretor de patrimônio da Federação dos Usuários de Transportes Coletivos de São Paulo.

Airton Malikoski
Outro integrante do esquema paralelo, Malikoski atua em Santa Catarina. Afirma, aos interessados em adquirir uma concessão, que é amigo de Iensen.
Francisco Vendemiatti - Comerciante de Catanduva (SP), ele fechou contrato com um dos grupos que vendem FM. Chicão, como é conhecido na cidade, se comprometeu a pagar R$ 100 mil por uma emissora. Diz que já deu R$ 50 mil.

Uma concessão de FM sai por até
150 mil reais no esquema montado por grupos lobistas

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