São Paulo, sábado, 21 de dezembro de 1996
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Batida de trens fere 22 no metrô do Rio

RONI LIMA
DA SUCURSAL DO RIO

Uma composição do metrô do Rio, com cerca de 400 passageiros, se chocou ontem contra a traseira de outro trem do metropolitano, com cerca de 300 pessoas, na estação de Del Castilho (zona norte). Vinte e dois passageiros se feriram.
Com o choque, houve tumulto e correria. Passageiros foram pisoteados. Segundo testemunhas, o socorro dos bombeiros demorou 40 minutos para chegar ao local. Não houve feridos graves.
O acidente ocorreu por volta das 9h15, na linha dois. A composição 205, com quatro vagões, parou na estação. Houve demora para a saída. A composição 207, que vinha atrás, freou, mas não houve tempo de evitar o choque.
Com o acidente, o tráfego na linha 2 ficou interrompido das 9h19 às 11h32. O jornalista Ricardo França, 28, que viajava no trem 207, definiu o choque como "um baque não muito forte".
Mas, segundo ele, como muitos estavam distraídos,'passageiros caíram por cima dos outros. "Muita gente caiu no chão, passageiros pisaram em crianças."
Segundo ele, alguns passageiros ficaram revoltados e foram empurrados por seguranças.
Metrô
O presidente do Metrô, Álvaro Santos, disse que estavam "querendo transformar um encostamento de dois trens em um acidente de grandes proporções". Os pára-choques das duas composições ficaram amassados.
Uma passageira da composição 205 ficou desesperada e, como a porta não abria, chegou a quebrar uma janela para tentar fugir. Alguns passageiros ajudaram os feridos, retirando-os do trem.
Passageiros reclamaram da superlotação. A contadora Valquíria Martins da Silva, 47, disse que o trem 205 não saiu a tempo porque, com a superlotação, algumas portas não se fecharam.
Segundo ela, como não havia seguranças à vista, o condutor do trem desceu da composição para "ir fechando as portas". Ao todo, o trem teria ficado parado de cinco a seis minutos, até que o condutor retornasse ao posto.
Santos negou a versão de Valquíria. Segundo ele, o trem não estava superlotado, mas uma luz amarela acendeu no painel, indicando que poderia haver "uma abertura" em alguma porta.
O presidente do Metrô disse que quem desceu para checar as portas foi o supervisor do trem, que viajava ao lado do piloto. Esse supervisor teria constatado então que não havia qualquer porta aberta.
Santos disse ter mandado abrir uma sindicância interna para apurar as causas do acidente. Poderia ter havido falha humana, nos freios ou mesmo na comunicação entre os trens.
No caso do acidente, Santos disse que um dado importante "é a visibilidade", já que o maquinista poderia enxergar com nitidez 70 a 80 metros à sua frente. "Tanto ele viu (o trem da frente) que já vinha parando."

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