São Paulo, sábado, 21 de dezembro de 1996
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Argentina quer compensar incentivo ao NE

RODRIGO BERTOLOTTO
DE BUENOS AIRES

O aumento das importações brasileiras de carros argentinos deve ser a compensação para o desequilíbrio criado nesta semana com os incentivos fiscais.
Atualmente, o Brasil importa 95 mil automóveis por ano da Argentina. O número vem crescendo. Em 1995, passaram a fronteira 47 mil veículos argentinos; no ano anterior, foram 34 mil unidades.
O Brasil é o destino de 90% dos veículos produzidos na Argentina.
Já os carros brasileiros importados em 1996 não chegam a 45 mil, o que representa uma diferença de 50 mil unidades em favor da Argentina neste ano.
Essa vantagem foi acertada em uma reunião em janeiro deste ano pelas delegações argentina (liderada por Domingo Cavallo) e brasileira (com Dorothea Werneck à frente). O Brasil se comprometeu a compensar a diferença causada pelo superávit brasileiro no início desta década.
Saída ideal
A saída do aumento das compras brasileiras é a ideal para as autoridades do país vizinho, já que o governo Menem abandonou as políticas setoriais e regionais desde que implementou o atual plano econômico, em 1991.
A Argentina abandonou o uso de incentivos fiscais para atrair capital externo, apesar do protesto de empresários como Francisco Macri, dono da Peugeot argentina.
No lugar, apresenta a abertura de sua economia como principal argumento para os investidores colocarem seu dinheiro no país.
Além disso, o governo enfrenta um déficit fiscal de US$ 6 bilhões e tem um acordo muito restrito de controle de gastos públicos, o que impede qualquer tipo de subvenção para a indústria.
(RB)

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