São Paulo, sábado, 21 de dezembro de 1996
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Velha história

JOSÉ HENRIQUE MARIANTE

A história da F-1 está recheada de boicotes, greves e protestos, em sua grande maioria, devido a problemas de segurança.
O último deles, apenas um ensaio de rebeldia para inglês ver, no caso, Ecclestone e Mosley, foi em Barcelona, em 94, logo após as mortes de Senna e Ratzenberger e o coma de Wendlinger.
Só serviu para encher página de jornal. De concreto, apenas uma série de alterações nos carros e circuitos determinadas unilateralmente pela FIA.
E a reativação da GPDA, que só herdou o nome de sua antiga versão, um verdadeiro sindicato. Hoje em dia, está mais para fundo de pensão.
À sombra do julgamento de Frank Williams e sua turma, Flavio Briatore propõe, agora, não correr mais na Itália. O velho Ken Tyrrell comprou a idéia. Luca de Montezemolo, pressionado pela mídia italiana, condenou o movimento -pouco antes, não descartava a possibilidade.
O maior interessado, Williams, elegantemente abriu mão do apoio dos colegas. E afirmou que seu time corre onde o calendário indicar.
Como no caso de Barcelona, tudo não passa de pirotecnia. Williams sabe que dificilmente irá para prisão. Especialistas já dizem que a pena não passará de dois anos com sursis.
Williams pode, também, simplesmente não aparecer no autódromo, como Colin Chapman fez nos 70 na mesma Itália.
Condenado pela morte de Jochen Rindt, o gênio da Lotus nunca mais pisou na Bota.
Sem falar que Williams tem todas as condições de dirigir seu time via satélite.
O caso Senna, já disse, é apenas um exercício de vaidades.
*
A Ford anunciou oficialmente a suspensão "temporária" de sua categoria-escola.
Com 26 anos de história, a F-Ford foi cortada por causa dos custos. É a velha história: na crise, corta-se o cafezinho, como se ele fosse o responsável.

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