São Paulo, sábado, 21 de dezembro de 1996
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Temporada 97 mantém qualidade em SP

JOÃO BATISTA NATALI
DA REPORTAGEM LOCAL

A soprano neozelandesa Kiri Te Kanawa, o maestro e compositor polonês Krzysztof Penderecki e os pianistas russos Vladimir Ashkenazy e Vladimir Viardo. Eles são alguns dos intérpretes estrangeiros que, em 1997, estarão se apresentando em São Paulo.
A lista não pára por aí. Dois maestros com padrões originais de interpretação também estão no programa. São eles Theodor Guschlbauer, austríaco radicado na França, ex-diretor da Ópera de Lyon e regente da Ópera de Viena.
O segundo é sir Simon Rattle, 41, um maestro que conseguiu compensar, com seu trabalho em Birmigham, a decadência das orquestras londrinas, ocorrida com o thatcherismo a partir dos anos 80. É um mahleriano de mãos cheias.
Tudo indica, assim, que as entidades responsáveis pelas temporadas paulistanas de música erudita pretendem manter ou até elevar o padrão da programação apresentada este ano.
"Não sei direito o que aconteceu, mas as pessoas passaram a montar suas agendas também com o consumo de cultura", diz o maestro Jamil Maluf.
Ele é diretor da Orquestra Experimental de Repertório e montará, no segundo semestre, a ópera "Tosca", de Giacomo Puccini, com produção dos Patronos do Teatro Municipal.
O elenco não está ainda fechado. Mas o papel de Scarpia será interpretado por David Pittman-Jennings, que participou, no mês passado, da montagem da "Traviata", que o próprio Maluf dirigiu.
A Orquestra Filarmônica de Israel voltará a São Paulo, onde se apresentou pela última vez em 1993. Será dirigida por Zubin Mehta e interpretará, num de seus recitais, a "Sexta Sinfonia" de Mahler.
Pelo menos três excelentes conjuntos de música de câmara estão na programação: são os quartetos Alban Berg, o da Filarmônica de Berlim e o Melos.
Este último se apresentará como quinteto, ao integrar para a turnê Martin Lowett, violoncelista do antológico Quarteto Amadeus, dissolvido em 1987.
Não haverá orquestras de extremo prestígio na indústria fonográfica, como a Filarmônica de Nova York, a Gewandhaus de Leipzig ou a Concertgebouw de Amsterdã. Mas tanto o Mozarteum Brasileiro quanto a Sociedade de Cultura Artística oferecem opções de primeiríssima linha.
Duas alemãs -as orquestras das rádios de Munique e de Hamburgo- virão pelo Mozarteum. Pelo Cultura Artística virão a Orquestra da Cidade de Birmingham e a Filarmônica de Estrasburgo.
As séries Hebraica/Banco de Boston e os Concertos do Grande ABC repetirão a fórmula que consiste em mesclar orquestras estrangeiras (Câmara de Lausanne, Estadual da Hungria) com solistas brasileiros de projeção no exterior.
No caso, o violoncelista Antônio Menezes e o pianista Arnaldo Cohen. Outro pianista brasileiro, Nelson Freire, tocará com a orquestra de Estrasburgo.
Com relação ainda ao piano: além de Ashkenazy e Viardo, estará se apresentando Jean-Yves Thibaudet, hoje uma das poucas estrelas ascendentes fora da Rússia.
Esse francês de 35 anos acumula primeiros lugares em concursos de interpretação desde os 14 e sucesso internacional desde os 19.

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