São Paulo, sábado, 21 de dezembro de 1996
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Interesse pela astronomia começou aos 12 anos

RONALDO ROGÉRIO DE FREITAS MOURÃO
ESPECIAL PARA A FOLHA

O interesse de Sagan pela astronomia começou muito cedo. Quando ainda tinha 12 anos, seu avô russo lhe perguntou, com ajuda de um intérprete, pois quase não sabia inglês, o que Carl desejaria ser quando crescesse. "Astrônomo", respondeu Sagan. Então seu avô lhe disse: "Compreendi. Mas como você vai ganhar a vida?"
O menino Sagan acreditava que, como todos os adultos que conhecia, estaria condenado a um trabalho monótono, repetitivo, pouco criativo. A astronomia seria praticada nos fins-de-semana. Só no segundo ano do ginásio, Sagan descobriu que alguns astrônomos eram pagos para se dedicar à sua paixão. "Transbordei de alegria", escreveu Sagan mais tarde.
"Poderia dedicar-me ao meu real interesse o tempo todo. Há momentos em que o que faço parece-me um sonho improvável, embora extraordinariamente agradável."
Após o seu doutorado pela Universidade de Chicago (1960), passou a ensinar em Harvard e em Stanford. Foi professor de astronomia e ciências espaciais da Universidade Cornell, assim como diretor do Laboratório de Estudos Planetários da universidade.
Suas principais pesquisas foram sobre superfície e atmosferas planetárias. Em 1960, concebeu um modelo-estufa para a atmosfera de Vênus, o qual permitiu concluir que o vapor d'água das nuvens de Vênus, além de reforçar o efeito estufa de sua atmosfera de CO2 e impedir o escape do calor, favoreceria o estabelecimento de sua atmosfera muito quente.
Propôs um esquema para torná-lo um planeta habitável, empregando algas para eliminar o CO2 e naves Pioneer 10 e 11.
Mais tarde, em 1977, com sua segunda esposa, Ann Druyan, elaborou verdadeira descrição do atual conhecimento cultural, científico e social da Terra, a qual foi incluída nas espaçonaves Voyager 1 e 2, que deverão deixar o Sistema Solar com destino ao espaço sideral.
Em 1978, recebeu o prêmio Pulitzer de literatura pelos seus livros de divulgação científica. Apresentou e escreveu, em colaboração com Ann Druyan, a série "Cosmos" para a televisão.
Deixou também um romance de ficção científica, "Contact", que Ann Druyan adaptou para o cinema. O fillme, dirigido por Robert Zemekis, o mesmo de "De Volta para o Futuro", é estrelado por Jodie Foster.
O romance conta a história de uma astrônoma que enfrenta enormes problemas para provar que havia se comunicado com seres extraterrestres.
Foi uma mentalidade aberta, sem preconceitos. Não se recusava a discutir os mais diversos problemas, dentre eles os relativos aos discos voadores.
Recebeu o prêmio "Public Interest", da American Physical Society, ao denunciar, com o livro "The Nuclear Winter: The World After Nuclear War", a ameaça de um inverno nuclear provocado por uma guerra nuclear, que causasse aumento da poluição atmosférica, obscurecendo a luz do Sol.

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