São Paulo, sábado, 21 de dezembro de 1996
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Natal missionário

LUCIANO MENDES DE ALMEIDA

Quem não se alegra com a festa de Natal? As crianças esperam, com entusiasmo, a noite dos presentes. Por um momento esquecemos sofrimentos e desânimos, para abrir o coração à mensagem de paz e amor que Cristo vem nos trazer.
À luz da liturgia, a lembrança do nascimento de Jesus, na gruta de Belém, está unida ao olhar para o futuro, à preparação do encontro com Cristo, no fim dos tempos. Na celebração do Natal, a gratidão pela entrada de Jesus Salvador em nossa história, vencendo o pecado e a morte, inclui a esperança de vida eterna e feliz.
Tudo isso nos dá alento para enfrentarmos a realidade de nosso dia-a-dia, percebendo melhor a ação de Deus em nossa existência pessoal e nos caminhos da história.
O Natal é marcado pela alegria de colocarmos em comum a fé em Jesus Cristo, e pelo anseio de levar aos outros a boa nova da infinita misericórdia divina que a todos oferece a salvação.
Anunciar o amor de Deus é o melhor presente de Natal que podemos fazer a alguém.
Compreendemos, portanto, a beleza do evento que se realizou, há dois dias, no Centro Cultural Missionário, em Brasília. Tem crescido, a cada ano, o número de religiosos, leigos e sacerdotes que partem para outros países a fim de anunciar Jesus Cristo.
Desta vez, 38 missionárias e missionários, de vários Estados, receberam da presidência da CNBB o mandato oficial de pregar o Evangelho. Seguem, em breve, para vários países da África, especialmente para Moçambique e Angola (18). Alguns vão para lugares de maior necessidade na América Latina.
O que mais impressionou na liturgia do envio e da entrega do crucifixo foi o ambiente de alegria e disponibilidade para servir, levando a mensagem de Cristo, numa atitude de profundo respeito às culturas e valores dos povos, onde hão de viver.
Essa mesma generosidade missionária continua no Brasil, a se manifestar no projeto "Igrejas-Irmãs", estreitando a colaboração entre as comunidades, em benefício das áreas mais carentes de agentes de pastoral.
Neste ano, vai se organizando maior cooperação entre as dioceses de Minas Gerais, Espírito Santo e São Paulo com as dioceses da Amazônia.
No próximo ano de 1997, a Campanha da Fraternidade convoca para a missão de pregar Jesus Cristo, com maior ardor, aos encarcerados, empenhando-nos por uma sociedade sem crimes e sem prisões.
Na noite de Natal, quando as famílias, as comunidades, os amigos se reúnem, contemplando Jesus Menino nos braços de Maria e José, procuremos acolhê-lo na fé e manifestá-lo aos outros, pelo nosso testemunho de vida e pela solidariedade fraterna.
É o momento, também, de esquecermos ofensas e ressentimentos para estreitar a todos no abraço de reconciliação. Se cumprirmos a missão de anunciar o amor de Cristo, será feliz o Natal.

D. Luciano Mendes de Almeida escreve aos sábados nesta coluna.

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