São Paulo, domingo, 22 de dezembro de 1996
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Produção cairá 10% neste ano

PAULO MOTA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM ICAPUÍ (CE)

A pesca predatória e o atraso tecnológico são apontados pelo Ibama como as causas da queda na produção de lagosta no Ceará, que é responsável por 80% das cerca de 7.500 toneladas exportadas anualmente pelo Brasil.
Segundo o chefe do setor de estatística do Ibama no Ceará, Cláudio Ferreira, o Estado exportou 7.863 toneladas de lagosta em 1991, 5.807 em 1992, 5.549 em 1993, 6.223 em 1994 e 5.874 em 1995.
Ferreira estima que, ao fim do balanço deste ano, a produção seja 10% inferior à do ano passado.
O superintendente do Ibama no Ceará, Francisco Carlos Nogueira, diz que a pesca predatória faz com que o volume produzido seja reduzido a cada ano e que a tendência é de maior queda.
Barcos
Ele diz que o problema é agravado porque existe um excesso de barcos pescando lagosta.
Segundo Nogueira, o manancial de lagosta no litoral "comporta idealmente" apenas 600 das 1.200 embarcações existentes.
Ele afirma que muitas das embarcações são defasadas tecnologicamente e não possuem equipamentos para garantir a qualidade da lagosta.
"O resultado é que nosso produto perde competitividade num mercado externo, cada vez mais exigente. Desde o início do ano, o controle de qualidade dos EUA desaprovou cerca de 180 toneladas de nossa lagosta", diz Nogueira.
Para recuperar os danos provocados pela pesca predatória, os pescadores de Icapuí desenvolvem, em parceria com a Universidade Federal do Ceará, um viveiro natural, em alto-mar, que recompõe o habitat das lagostas.
(PM)

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