São Paulo, domingo, 22 de dezembro de 1996
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Cisão é evitada durante disputa

EMANUEL NERI
DO ENVIADO ESPECIAL

Ao contrário do PT paulista, o PT gaúcho administra seus conflitos. "A tolerância aqui é muito maior. Nunca travamos disputas internas no governo que dilacerassem o partido", diz o prefeito eleito de Porto Alegre, Raul Pont.
Um exemplo dessa convivência é a atual administração. Tarso Genro integra o bloco moderado, minoria. Mas governou sem choques com a "esquerda" majoritária.
Seu governo é composto pela maioria das correntes do partido. "Precisamos produzir uma nova cultura política e novos princípios éticos no PT. Uma cultura baseada na tolerância, no consenso e na decisão majoritária", diz Genro.
Para o cientista político Benedito Tadeu César, os conflitos internos viram alvos contra seus próprios governos. Ao contrário do PT gaúcho, segundo ele, o PT paulista fragilizou o governo de Luiza Erundina com greves "suicidas".
O vice-prefeito eleito de Porto Alegre, José Fortunati, diz que o PT gaúcho cultua uma democracia mais avançada. "Vamos ao debate interno. Quebramos o pau. Mas, quando há decisão, a minoria se submete à vontade da maioria."
A dúvida é saber se essa harmonia vai continuar na próxima gestão. Pont ameaçou privilegiar seu grupo interno no secretariado. Recuou diante da grita dos moderados e do risco de uma crise maior.
Mas há desconfianças de que, após sua posse, adote decisões semelhantes, quebrando a unidade do PT local. Se isso ocorrer, o PT gaúcho não escapa da guerra.
(EN)

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