São Paulo, domingo, 22 de dezembro de 1996
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Motta acha que denúncia é 'armação' contra reeleição

MÁRCIO DE MORAIS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro Sérgio Motta (Comunicações) disse em reunião com seus assessores mais próximos que a denúncia sobre a existência de um esquema de venda de concessões de rádios FM (frequência modulada) pode ser uma "armação".
A intenção dos supostos "armadores" -não-identificados pelo ministério- seria tumultuar os entendimentos sobre a reeleição.
Segundo a Folha apurou, Motta teme que a denúncia atropele o processo de "limpeza" e de "esvaziamento" que o governo adotou nos últimos dias em relação ao caso da lista de pepebistas que têm dívidas com o Banco do Brasil.
A leitura que o ministro fez, dentro do grupo de colaboradores mais íntimos, é que a história da lista pode ter desdobramentos imprevisíveis com a nova denúncia.
O ministro pediu o comprometimento de sua equipe de que adote silêncio absoluto sobre o assunto.
Motta acha também que o objetivo da primeira pessoa que procurou a Folha, anonimamente, para fazer a denúncia, era acentuar ainda mais as recentes desavenças e conflitos entre o governo e o PPB, partido do prefeito paulistano, Paulo Maluf.
A reportagem publicada anteontem pela Folha revelou a existência de um mercado negro de concessões de FM no Brasil. Grupos de lobistas estão comercializando concessões ainda não-licitadas pelo governo por preços que variam de R$ 50 mil a R$ 150 mil.
Um dos grupos é coordenado por Naura Beatriz Severo, assessora do deputado João Iensen (PPB-PR).

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