São Paulo, domingo, 22 de dezembro de 1996 |
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Governo vai arrecadar R$ 15 bi com a venda de telefônicas
ELVIRA LOBATO
A abertura das telecomunicações -que começa com o lançamento, na próxima semana, dos dez editais para concessões de celular privado- deve gerar cerca de 100 mil empregos diretos e indiretos, segundo previsão das empresas. O Ministério das Comunicações refez os cálculos de investimentos -públicos e privados- que serão feitos neste mercado até o ano 2.004. Segundo o ministro Sérgio Motta, a previsão subiu de R$ 75 bilhões para R$ 100 bilhões. A abertura e a privatização das teles estão entre os maiores negócios mundiais neste setor. Segundo a empresa de pesquisa norte-americana Pyramid Research, o Brasil vai movimentar US$ 79,13 bilhões nos próximos três anos, em serviços e equipamentos de telecomunicações. Para a Pyramid, o país terá 9,45 milhões de assinantes de celular, contra 7,5 milhões dos outros países da América do Sul. Os consórcios que se preparam para disputar o serviço celular privado calculam que cada operadora vai criar 800 empregos diretos e 2.500 indiretos, o que dá um total de 33 mil empregos para as dez áreas licitadas. Empregos O presidente da Associação Brasileira de TV por Assinatura (ABTA), Roger Karman, prevê 70 mil novos empregos (35 mil diretos), em dois anos, com a reabertura das concessões para TV paga. Hoje, 15 capitais -entre elas, Salvador- não dispõem de TV a cabo. Só existem 74 sistemas de TV a cabo e nove por microondas. O ministro já anunciou a venda mil concessões no ano que vem. Estudo do Banco Garantia avalia que o serviço de telefonia celular das estatais vale US$ 6,76 bilhões -cifra tida como conservadora. Há estimativas de que só o celular da Telesp vale US$ 5 bilhões. A rede de telefonia fixa da Telebrás, segundo o estudo do Garantia, vale outros US$ 20,7 bilhões, dos quais a União teria cerca de US$ 4,4 bilhões. Como a venda do controle valoriza as ações em 20%, o Estado pode amealhar pelo menos US$ 5,2 bilhões com a venda. Executivos do governo apostam que só a Embratel vale mais do que isso. Os norte-americanos avaliam as concessões com base na população a ser atendida. Uma concessão de celular na Grande São Paulo custaria US$ 40 por habitante, ou seja, um mínimo de US$ 680 milhões. A do interior de São Paulo atingiria US$ 500 milhões. Para Motta, as dez concessões para o celular privado valem R$ 2 bilhões. Os consórcios avaliam que podem chegar a R$ 3 bilhões. A abertura inclui ainda a venda de 630 concessões para emissoras de rádio e TV, satélite e serviços como "paging" e "trunking". Essas concessões, ninguém sabe ao certo quanto valem. Texto Anterior: Gasto do usuário cai em 50% Próximo Texto: Gigantes mundiais disputam o mercado Índice |
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