São Paulo, domingo, 22 de dezembro de 1996
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Arquiteto analisa decoração natalina de São Paulo

O metro do fio com lâmpadas decorativas para Natal está muito barato.
A conclusão é do arquiteto Arthur de Mattos Casas, convidado pela Folha para "interpretar" a overdose de luzinhas que tomou conta de janelas e varandas de São Paulo.
"Essas luzes vêm da China e são baratíssimas. Com R$ 4 você compra 1 m de fio, com R$ 20 você faz uma festa", diz. "O perigo está no excesso."
Segundo Casas, que examinou fotos tiradas em três pontos da cidade, os excessos são praticados principalmente pelos ricos emergentes.
"É uma demonstração estética típica de quem não está acostumado com a fartura", afirma.
Bússola
Ele divide a cidade por regiões onde, sintomaticamente, as luzes piscam mais, ou menos.
"Moema e Indianópolis, que são bairros de classe média emergente, têm grande concentração de luzinhas."
"No Pacaembu, que é mais intelectualizado, há menos. No Jardim Europa, que é mais tradicional, idem", explica.
O arquiteto ainda prefere os desenhos com luzinhas de figuras natalinas do que os excessos.
"As crianças vibram quando vêem as renas piscantes."
Mas há intenções que Casas não perdoa. "Aquela estrela iluminada (foto) ficaria bem na porta de uma churrascaria", diz. Para ele, algumas casas do Jardim França lembram caminhões que levam circos pelo interior. "É feérico demais", diz.
Ele justifica em termos a decoração da rua Normandia. "A arquitetura dali faz a gente se sentir em Chelsea (bairro de Londres)."

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