São Paulo, domingo, 22 de dezembro de 1996
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Cresce o consumo residencial de energia

SÉRGIO LÍRIO
DA REPORTAGEM LOCAL

A explosão das vendas de eletroeletrônicos acelerou o aumento do consumo de energia nas residências do Estado de São Paulo.
Nos últimos dois anos, o consumo nas residências paulistas aumentou à taxa de 10,8% ao ano.
Na década de 80 e nos primeiros quatro anos da de 90 o crescimento médio anual foi de 6%.
Comparando 94 aos 11 primeiros meses de 96, o consumo cresceu de 12.683 gWh (gigawatts-hora) para 14.177 gWh.
Por causa desse ritmo de expansão, o consumo residencial vem ampliando sua fatia no mercado total.
Hoje, o setor responde por 28,1% do consumo global, computados apenas os 11 primeiros meses do ano. Em 94, representava 25% do total no Estado.
A indústria lidera, com 46,9%, mas deve gastar menos energia neste ano do que em 95. O comércio gasta 15,9% do total.
O consumo médio por pessoa também vem aumentando. Entre 94 e 96, subiu de 209 kWh (quilowatts-hora) para 243 kWh, ou 16% a mais.
"O crescimento do consumo foi excepcional nos últimos dois anos. Sem dúvida, o acesso da população a produtos eletroeletrônicos é a causa principal", afirmou Henrique Fingermann, diretor financeiro da Eletropaulo, estatal de energia de São Paulo.
Segundo Fingermann, o crescimento também reflete a melhor distribuição de renda.
O aumento teria sido mais acelerado na faixa da população que consome entre 100 kWh e 150 kWh por mês, média que é considerada baixa.
A previsão da Eletropaulo é que a taxa de expansão do consumo residencial se estabilize em 8% até o ano 2000, média superior à da década passada e à do consumo global, que deve crescer entre 3% e 4% ao ano.
Fingermann, no entanto, descarta a possibilidade de crise no fornecimento. "O setor energético vai passar por mudanças drásticas com a privatização e com a entrada de novos fornecedores."
Indústria
O desempenho da indústria é bem diferente. No acumulado até novembro, o consumo foi 4% menor do que em 95. Mesmo com o resultado de dezembro, deve ser inferior ao do ano passado.
Uma explicação, segundo técnicos da Eletropaulo, está no processo de modernização das empresas.
Os investimentos em tecnologia acarretam maior eficiência no uso da energia.
Outro fator é a diminuição da demanda de alguns setores industriais, que não viveram boa fase em 96.
A indústria têxtil, por exemplo, tinha reduzido o consumo em 46% no primeiro semestre e deve fechar o ano com queda de 26% em relação a 95. Na metalurgia, a queda foi de 5%.
Além disso, afirma Fingermann, 95 foi um ano atípico. A indústria funcionou a pleno vapor o ano inteiro, levando ao aumento do consumo.

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